O novo japonês de São Paulo, o Santo Bentô, vale a visita pelos pratos quentes. Não que não tenha sushis e sashimis. Tem ( os combinados vão de R$ 38 a R$ 118). Mas não é neles que está seu diferencial. As frituras ali são o forte.
A casa criada pela sociedade de três jovens médicos- Siro Nozaki, Bruno Lee e Daniel Rothman- tem como chef Renan Brassolatti, que trabalhou com Adriano Kanashiro, no Grand Hyatt São Paulo, e passou pela La Brasserie Erick Jacquin. Renan não faz comida japonesa tradicional, o que fica evidente numa rápida lida no cardápio: você encontrará molhos com cajá e pitanga, por exemplo. Sem exagerar nem forçar a barra, ele consegue bons resultados.
O restaurante de decoração colorida e clima informal tem menu conciso e almoço executivo com ótimo custo-benefício: por R$ 29 comemos um belo Chicken katsu (milanesa japonês de frango), de fritura perfeita, além de salada de bifum com nirá, gohan, missoshiro e sobremesa. As outras opções de pratos do dia eram salmão grelhado com purê de kabocha e molho teriyaki, contra-filé salteado com vegetais e yakissoba de legumes.
Mas antes pedimos algumas entradas. O Ussuzukuri, fatias de peixe branco com ponzu de acerola, cebolinha, gergelim e ovas de salmão (R$ 22) estavam ligeiramente fibrosas devido ao corte e o molho foi a melhor parte do pedido. Muitíssimo mais felizes fomos com o Maguro Katsu (R$ 26), fatias gordas de atum à milanesa com cítrico e refrescante molho de pitanga.
Apesar de odiar a existência de hot roll, provei o de lá e, olha, dentro do que pode ser um salmão combinado com cream cream cheese, cebolinha e molho teryiaki (R$ 19), estava bem bom: fritura perfeita (mais uma vez), peixe fresquinho e massa saborosa.
Mas a entrada que me ganhou foi o Spicy Ebi Tempura. Bonitos camarões com empanamento finíssimo e crocante, banhados com molho picante e perfume de yuzu, fruta cítrica originária do Leste asiático (R$ 31). Tipo de petisco viciante, feito pipoca em cinema.
Meu prato principal foi Ebi Yeki Yuzu (R$ 55), camarões grelhados com yuzu acompanhado de risoto de cogumelos e nirá ao perfume de trufa. Camarões impecáveis com toque cítrico agradável, risoto com arroz um tiquinho mole além do ponto e… não senti nem rastro de trufa.
A derrapada foi o Tempura Udon (R$ 36), uma das receitas que mais adoro na culinária japonesa. Udon mergulhado em caldo encorpado de sabores intensos contrastado com a textura craquelenta e simples do tempurá. Neste caso, não passou de um macarrão excessivamente cozido e sem vida.
Mas a refeição terminou bem com o Dorayaki, um tipo de “macaron” de massa fofa feita com chá verde, recheado com chocolate cremoso e acompanhado por sorvete de creme com gostosa farofa de gengibre (R$ 17).
Ah, vá bem zen: o serviço ainda está lento e muito confuso.
Santo Bentô: Rua Artur de Azevedo, 299, Pinheiros, tel.: (11) 2579-2527
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