Inaugurado no final de 2012, o Meats teve uma das maiores repercussões que já vi entre os apaixonados por comida de São Paulo- bastou abrir as portas para o Instagram ser inundado com imagens de burgers altos e vermelhos, seguidas de elogios tão derretidos quanto o cheddar sobre o cheeseburger. E filas. E mais elogios. Há razão para tanto frisson?
Há: os burgers. Feitos de acém, pescoço e peito moídos na casa, são fartos, absolutamente suculentos e de interior vermelho. Do tipo que dá prazer morder. Morder várias vezes. E ainda outras. Hoje, um dos melhores da cidade, se não o melhor.
O menu foi criado por Paulo Yoller – ex-Butcher’s Market – e reúne opções criativas e que funcionam, porque criatividade sem talento é como tecer uma blusa de três mangas e se achar um gênio porque ninguém fez antes… Uma dessas opções é o Zucchini, que leva ótimo pão de hambúrguer (macio, saboroso e não “derrete” com o suco da carne), burger de 180 gramas, queijo boursin de acidez bem agradável, abobrinha na chapa, coulis de hortelã e fatias sensacionalmente crocantes de bacon (R$ 33).
Outros que são sucesso entre os frequentadores: Hooligan – um petardo composto por burger, cheddar inglês, picles, bacon e maionese de raiz forte (R$ 28)- e Dog From Hell – pão de cachorro quente, salsicha bovina, mix de pimentas frescas, sour cream e picles (R$ 20).
Antes de continuar, falemos sobre as entradas, como o duo de batatas e batatas doces fritas (R$ 18). Bem cortadas mas sem muito sabor, especialmente a batata padrão, carecem de crocância, apesar de sequinhas. Chicken Hot Wings (R$ 22)- asas e coxas de asas de frango- vem mergulhadas em molho repleto de jalapeños, bem viciante e com relação dulçor/picância semelhante a alguns pratos chineses à base de carne que provei em Cingapura. Adorei chuchar as tais batatas fritas nele. Na minha porção, os pedaços da ave vieram rosados demais no meio, perto do osso – sinal de cozimento aquém do necessário. O sour cream, parte do prato, tinha sabor de chantilly com limão; ácido demais e sem corpo.
Para os mais light – porque SEMPRE tem alguém de regime que resolve ir! – há edamame (R$ 15) e saladas, como a Tuna Salad (alface americana, atum em conserva, azeitonas pretas, cebola roxa, queijo boursin e croutons, R$ 23).
Voltando para as estrelas: o mais clássico entre os clássicos, o cheeseburger (R$ 20), é primoroso. Nota-se na hora a qualidade da carne, do pão, do queijo. É para comer em silêncio, curtindo cada bocada. Troço de louco.
Existem poucas sobremesas, mas duvido mesmo que você terá muito espaço de estômago quando chegar nelas. Pudim de leite condensado caseiro (R$ 12), barra de chocolate belga, nougat e pasta de amendoim (R$ 13), sorvete (R$ 15) e cheesecake (R$ 16). No dia da minha visita, a calda maracujá cobria uma mistura com excesso de ricota (ou algo que o valha) e massa com sabor enjoativo de bolacha (seria de mel?). Não muito interessante.
Mas os hambúrgueres…
Ah, sim: café de primeira, da Isabella Raposeiras, coado, que só pecou por ter sido servido morno.
Meats: Rua dos Pinheiros, 320, Pinheiros, tel.: (11) 2679 6323
P.S.: a pessoa que produz o cheesecake deixou recado dizendo que a massa não tem mel- apenas nozes,açúcar mascavo, farinha e óleo de girassol – e o recheio não tem ricota – apenas cream cheese, sour cr
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