Um dos bares mais icônicos de São Paulo, o Riviera, foi aberto em 1949 por Ignacio Maniscalco, no térreo do edifício Anchieta, no último centímetro da Avenida Paulista. Por décadas atraiu toda sorte de frequentadores (elite do café, professores, estudantes, esquerdistas na época da ditadura…) até que definhou e caiu no abandono. Há cerca de um mês voltou a vida: depois de longa obra, os sócios Alex Atala e Facundo Guerra (sócio do Club Yacht e Cine Joia) reviveram o Riviera. E apesar de renascido há pouco tempo, já se tornou um sucesso. Não sem mérito: o ambiente é bonito e agradabilíssimo, a comida é boa e os drinques, bem feitos.
Apesar de investir em shows noturnos – como Tiê e Riviera Jazz Band-, com curadoria de Facundo, o Riviera não se limita ao horário. Pelo contrário: abre todos os dias às 12hs e fecha depois da meia noite. Isso tem razão de ser: um dos principais atrativos por ali é a comida, concebida por Atala e executada por Luciano Nardelli (ex-DOM), especialmente durante o almoço que dura até às 16hs em sistema de menu executivo (bufê de saladas, R$ 35; grelhados, R$ 9; guarnições, R$ 6) ou à la carte. Acho que o la carte vale bem mais a pena já que os preços do Riviera não são altos – pelo contrário, são bem ‘controlados’.
O menu é grande e variado: mandioca frita (R$ 19), tremoço (R$ 9), ceviche (R$ 25), Salada Riviera (tomate caqui, palmito, folhas e rabanete, R$ 21), Empada Juvenal (de palmito pupunha, acompanhada por salada de rúcula e abóbora assada, R$ 29), excelente Bruschetta da nona (queijo de cabra, escarola, cebola roxa, passas e amendoim, R$ 26), o bem apessoado Parmegiana com fritas (R$ 36) que reinava nas mesas ao meu lado, Steak Tartare com salada ou fritas (R$ 32)…. O estrogonofe (R$ 32) estava ok, mas realmente fez falta a crocância dada pelas fritas ou batata palha, item que não o acompanha.
Do que provei, gostei especialmente do simples e ótimo Royal, sanduíche montado em bom pão de forma e recheado com queijo, rosbife, tomate e picles de pepino (R$ 28). Grandão, dá tranquilamente para dividir. Entre os sandubas há ainda o Burger do Riviera (Gruyere, cebola roxa, tomate, rúcula e burger de 150 gramas, R$ 29) e o Lancha (filé a milanesa com tomate e rúcula, R$ 29).
Um terreno a ser bem explorado é a coquetelaria, sob comando do talentoso Jean Ponce. Pródiga em opções, a carta de drinques traz criações como o Terra da Garoa (cachaça Serra das Almas envelhecida, mel de flor de laranjeira, gengibre, hortelã, capim santo, vinagre de cana e limão tahiti, R$ 19) – agradável porém sem traço da picância do gengibre – e o Inácio (cachaça, Cointreau, mix de couve com limão, laranja, gengibre, hortelã, R$ 21). Clássicos de boteco vem em roupagem elegante, como o ótimo Maria Mole (conhaque Fundador, vermouth branco, angostura, suco de limão siciliano, R$ 15) e o Rabo de Galo (cachaça Serra das Almas e Carpano, R$ 17).
Para adoçar, prove a aerada e bela Torta Riviera: nela, camadas de finos crepes são intercaladas com chantilly e acompanhadas por laranja em calda (R$ 14). Para os saudosistas, rola creme de papaia com cassis (R$ 16) e Vaca Preta (R$ 16).
Se tem algo ainda enroscado por lá é o serviço: quando solicitei um Royal, apontando para a área de sanduíches do menu, me serviram um Kir Royal (espumante seco e licor de cassis, R$ 24), drinque do qual não sou nada fã. Mas já que estava ali, tomei… Desperdício pra quê, né? 🙂
Riviera: Avenida Paulista, 2584, tel.: 3231-3705
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