O Grupo Chez tornou-se um case de sucesso em curto espaço de tempo. Em menos de dois anos, abriram o Bar Secreto, o Lorena 1989 (que depois virou Chez Lorena), o Chez Burger (que depois virou Casa Nero) e o Chez MIS. Em todos, salão modernão e escurinho lotado de gente da moda, jovens empresários, herdeiros. Galera com grana, enfim. Embalados pelo hype, o grupo decidiu apostar num imóvel de três andares, no meio da Oscar Freire, que funciona direto das 10hs até às 0hs, o Chez Oscar.
Para isso, focaram e fecharam a Casa Nero e o Chez Lorena – ambos ficavam muito perto do novo empreendimento, dividindo público e multiplicando gastos. Recém-inaugurado, o Chez Oscar mantém a decoração cenográfica, com muita madeira e ar rústico. Bem bonito. Porém, pelo que notei na minha visita, muita coisa precisa ser acertada no serviço – displicente, desatento, lento – e na cozinha.
O menu é daqueles que me dá vontade de comer inteiro. Tudo me interessa: composições agradáveis, amplo uso de ingredientes orgânicos e vegetais, carnes na grelha, opções reconfortantes como o Arroz Brasil (agulhinha biodinâmico, paio, carne seca, couve manteiga, tomate e parmesão, R$ 37), o Risoto de lula baby (R$ 50), o Espaguete com almôndegas caseiras (R$ 45). O problema é que a execução, em alguns casos, deixou bastante a desejar, como no The Black Burger.
O pão preto australiano orgânico, burger artesanal, cheddar processado, molho preto, cebola roxa caramelizada e picles (R$ 39) veio tão salgado, mas tão salgado, que precisei pedir pra voltar. A segunda tentativa mostrou-se mais equilibrada e suculenta, com carne no ponto. Apesar de não curtir a textura de queijos processados, sempre ‘plastiquentos’, não nego que ali a combinação funcionou. Mas também não nego que ficaria infinitamente melhor com um queijo de verdade.
Mais um caso de ideia boa e resultado ruim: camarões no fubá (R$ 47). O que deveria ser uma porção leve, crocante e fresca, acabou ficando bem grosseira – a casca de fubá, empelotada, era maior que o camarão em si. As clássicas bruschettas de queijo de cabra com uvas, pistache e mel orgânico (R$ 32) do Chez vieram completamente pretas, de tão torradas… Bom mesmo estava o Nhoque rústico: de batata, recheado com mussarela, creme de parmesão e farofa de pão sai por R$ 43.
Entre as sobremesas, provei o correto mas não empolgante Musse de chocolate (R$ 19). Estão ali também o absurdamente caro pedaço de cheesecake com calda de frutas vermelhas (R$ 22) e churros com doce de leite e chocolate (R$ 17).
A novidade é o bufê de almoço – com boas opções de saladas – a R$ 49 por pessoa.
Espero que o Chez Oscar passe de um lugar lindo à um lindo lugar para se comer bem. Porque talento não falta a um dos sócios, e responsável pela cozinha, o chef LeoBotto.
Chez Oscar: Rua Oscar Freire, 1128, Jardins, tel.: 3081- 2966
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