Sombra de árvores. Quintal. Muita luz natural. Prateleiras repletas de produtos reconfortantes como goiabada artesanal, queijo mineiro. Comida que provoca a macia felicidade típica das refeições prazerosas. Serviço gentil. Pois é, o Jacarandá é, atualmente, um dos meus restaurantes favoritos por todas essas razões.
Muito longe de ser badalado, atrair hordas de famosos/gente cool do Instagram ou ter chef estrela, o trunfo do Jacarandá é continuar sendo o que sempre foi, uma casa com ótima comida para quem curte comer bem. Algo que deveria ser trivial, mas é tão complicado de encontrar… O empreendimento de Ana Maria Massochi – proprietária do Martín Fierro e do La Frontera – oferece carnes, sim, caso da estupenda e tenra Costela de porco grelhada com batata doce assada (R$ 42) e do Cordeiro braseado ao vinho com couscous marroquino (R$ 80). Mas não é um restaurante para carnívoros, apenas. Muito além disso.
O menu possibilita o comensal provar diversas receitas: além das entradas, há a seção de mini-pratos, alguns em versão inteira. Então peça um dos criativos e bem feitos drinques – recomendo o Jacarandá (cachaça, Cointreau, cardamomo e suco de abacaxi, R$ 24) e o elaborado com cachaça infusionada com mel, café e maracujá, tão refrescante que é praticamente um ar-condicionado líquido – e passeie pelas sugestões, como a torta de cebola cozidas no vinho tinto e coberta por generosa porção de queijo de cabra (R$ 20), uma das melhores que provei.
Os canapés de ovos de codorna com espinafre (R$ 12) são pedido obrigatório pra mim. E o que dizer, se não “irretocável”, sobre o belíssimo risoto cítrico com lulas (R$ 17, mini; R$ 42, inteiro)?
Não só o cozimento do arroz é impecável, como a acidez cheirosa é dada por limão rosa, que envolve com sutileza a lula macia, marcando presença porém preservando seu sabor. Há também Duo de empanadas (carne, queijo Canastra ou palmito, R$ 10) e queijo canastra curado e grelhado, servido com salada cítrica (R$ 20).
Da última vez que estive por lá, pedi a mais gostosa lasanha dos últimos anos. Sem brincadeira. Massa fina e al dente, entremeada por pedacinhos de abóbora assada, espinafre cremoso e um tico de molho de tomate artesanal, coberta por camada generosa de queijo canastra (R$ 39). Adorável. Na próxima vai rolar escondidinho de batata doce com ossobuco e salada verde (R$ 16; versão prato, R$ 39)
E, pelamor, não saia sem devorar a sobremesa que, hoje, faz brilhar meus olhos: pudim de queijo Serro com calda gelada de licor de cachaça (R$ 15).
Antes de pegar o carro, pare no empório e compre o interessantíssimo azeite de oliva mineiro, trazido do produtos pela proprietária do Jacarandá – servido do couvert , traz notas herbais fortíssimas – ou um canastra curado. Quem sabe o blend de café da casa criado pela barista Isabela Raposeiras? Doce de leite?
De quinta à sábado, no andar inferior do restaurante, funciona o Tatu, bar com música ao vivo. Ainda não conheço, então se você for, me diga o que achou, tá?
Jacarandá: Rua Alves Guimarães, 153, Pinheiros, tel.: 3083-3003
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