Londres é uma cidade cara. Segundo algumas pesquisas, a mais cara do mundo. Para nós, brasileiros, não só o custo de vida pesa, mas também a moeda, visto que uma libra é mais de quatro reais. Então, a menos que você nade em grana, não dá pra bobear.
Fiquei poucos dias em Londres, mas o suficiente para comer bem, me divertir e não pedir concordata. Alguns lugares são beeeem conhecidos, como o delicioso Borough Market; outros, não tão turísticos, caso do indiano Dishoom. Concordo com meu amigo quando diz que “quem converte, não se diverte”. Mas também não acho nada divertido ter um ataque cardíaco com a fatura do cartão, né não?
Para mais infos sobre o lugar, basta clicar nas fotos.
Borough Market
O mais tesudo mercado de comida de Londres. Ali, abundam barracas com especialidades frescas, boas e baratas. De paellas à brownies, de sandubas vegetarianos à costelinha, por menos de 13 libras faz-se uma bela refeição. Passear pelos corredores repletos de lojas de queijos, produtos com trufas, cidra, embutidos, peixes, cogumelos, completa o programa. Aliás, compre algumas coisas, leve para casa/hotel e faça delas seu jantar.
Poderia passar uns 15 dias apenas comendo ali. Sério.
Covent Garden
Apenas às quintas, das 11 da manhã até 7 da noite, rola o food market em Covent Garden, um dos pontos mais agradáveis da cidade. O espaço reúne dezenas de restaurantes, feira de arte, artistas de rua e muitos, muitos turistas.
Dishoom
Fui num domingo, no jantar. Uma hora de espera. Na fila, a maioria era de indianos. O aroma dos temperos invadia meu cérebro mesmo do lado de fora do moderno e bonito restaurante especializado na comida de Bombay, feita por cozinheiros de Bombay. Bastou dar a primeira garfada para entender a razão da fila: tremenda comida!
Dishoom é o tipo de lugar que seria a extensão da minha casa se morasse em Londres: delicioso, barato, agradável. Pena que tenhamos tão poucos – e medíocres, na maioria – restaurantes indianos no Brasil. Prove o Vada pav (3,90 libras), o “burger” de Bombay, tipo de comida encontrado em todos os cantos. É um sanduíche de batata cozida e temperada com pimenta e especiarias, levemente picante, coberto por chutney.
Outra delícia, o Haleem é servido apenas na unidade de Covent Garden: cordeiro cozido oito horas em grão de bico, cevada e lentilhas com pimentas verdes, gengibre, cebolas fritas e hortelã e servido com naan de gergelim (16,50 libras). Tem também Chicken tikka (7,20 libras), sheek kebab (7,90 libras)…. Naan bom pacas.
Honey & Co
Pequeno restaurante comandado por um casal de cozinheiros nascidos em Jerusalém, a casa serve especialidades do Oriente Médio e vive lotado. Aromáticas, fartas, bem feitas, as receitas são um exemplo de equilíbrio, caso do Frango envolvido no melado de romã e servido com couscous e salada de pistache (14,50 libras). Há também almôndegas de cordeiro cozidas no molho de tomate e damasco e sardinhas assadas, recheadas com laranja e tomilho, com tomates, pinoli e uvas pelo mesmo valor.
Pizza Pilgrim’s
Ao estilo napolitano, individual, com pouco e bom molho e coberturas que priorizam a qualidade dos ingredientes e não a quantidade, essa rede (duas lojas e uma barraca que vai os mercados de Londres) é um destino certo nos dias em que precisamos de comfort food acima de tudo. Boas, de massa leve, custam de 5 a 9,50 libras cada. Na foto, está a Margherita e a de fior di latte, mussarela, cogumelos portobello e azeite trufado. A imprensa local aponta como uma das melhores pizzarias da cidade.
e5 bakehouse
Tudo o que comi beirava o impecável – e olha que sou chata. Localizada beeeeeeem fora da rota turística, numa região absolutamente hipster (o que mais se vê são barbas imensas e mais bem tratadas que meu cabelo, bicicletas vintage e muuuuuuuitos estúdios de artistas), demanda uns 15 minutos de metrô/trem do centro. Não se importe e vá. Vale mesmo.
Utilizando apenas ingredientes de pequenos produtores, orgânicos e locais, a e5 faz belíssimos pães e doces delicados, com quantidade adequadíssima de açúcar e muita técnica. O Carrot Cake, ao estilo americano, era uma sinfonia afinada de maciez e especiais, com cobertura leve e cremosa de bom cream cheese. A torta de pecã, com massa de amêndoas, tinha creme suave, quase um abraço.
Paxton & Whitfield
Querendo provar o verdadeiro Cheddar inglês, dirija-se a esta loja, uma das mais antigas – fundada em 1797! – e melhores da cidade quando o assunto é queijo. Comece provando alguns e olhando bem a cor: eles tem cor de queijo e não de adereço de escola de samba. Nada de laranja – sempre corante. E o sabor, então, não tem nem meio de comparação. Cem gramas custa, em média, 4 libras. Belezinhas francesas como Crottin de chavignol sai 3,75 (peça); Chabichou, 6,75 (peça). Há também crackers artesanais, geleias, bebidas e acessórios.
Chá da tarde do Four Seasons
Sobrou uma grana pra se esfalfar no clássico chá da tarde inglês? Por 34 libras, por pessoa, o Four Seasons serve sanduíches (deviled eggs, queijo e tomate, salmão defumado e pepino, cream cheese com beterraba), scones, doces variados (macaron de maçã e caramelo, éclair de praline, carrot cake, mousse de chocolate, entre outros) e chás ou café. A versão vegetariana sai pelo mesmo preço: a diferença é que nenhum dos sanduíches leva carne.
A conta sobre para 48 libras por pessoa com uma taça de champanhe Bollinger Special Cuvée. De vez em quando precisamos de um pouco de luxo e riqueza, né?
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