Faz alguns anos que meu interesse e preocupação pelo que comemos vem aumentando muito. Obviamente, o fato de ser jornalista de gastronomia tem a ver. Porém o que desencadeou a vontade de aprender mais sobre o que ingerimos foram os alarmantes documentários que comecei a assistir com frequência e atenção (fiz um post sobre isso. Leia AQUI). O enfoque pode variar, mas há uma linha mestra que permeia a todos: estamos comendo veneno. Cada vez mais, em maiores quantidades.
O crescimento assustador de doenças como câncer, diabetes e obesidade, em todo o mundo, não é coincidência. Não é culpa do estresse. O fator que as liga todas é o hábito alimentar baseado em comidas processadas e fast food. Não cozinhamos; abrimos embalagens. Por preguiça, não mordemos frutas – tomamos sucos de caixinha, entupidos de açúcar. E desta forma vamos ficando doentes. Cansados. Irritados. E isso também não é coincidência: é reflexo das toneladas de conservantes, antioxidantes, aromatizantes e corantes que colocamos pra dentro do corpo várias vezes ao dia, todos os dias de nossa vida.
Não adianta fazer ioga, terapia, entrar pra Cabala. Não adianta correr cinco vezes por semana, parar de ingerir glúten, tomar suco detox. A saúde começa no que você come – e se essa etapa for esquecida, todo o resto será apenas paliativo vão.
Somos uma máquina que precisa de combustível de qualidade para exercer as funções de maneira adequada. Se não esperamos que um carro ande ao abastecermos de acetona em vez de gasolina, como esperamos ter saúde nos entupindo de açúcar, gordura vegetal hidrogenada, glutamato monossódico? Essas substâncias são ótimas para indústria porque barateiam o custo de produção e, em casos como sal e açúcar, viciam, garantindo clientes fieis. Mas são péssimas para qualquer aspecto do corpo humano. Qualquer: da beleza do cabelo ao funcionamento do fígado.
Por isso, algo é essencial se você se preocupa minimamente em ter saúde: ler rótulos. Neles estão listados os ingredientes presentes no produto. Neles estão ‘escondidos’ venenos. O fato é que muitos químicos adicionados aos alimentos estão ali para dar mais sabor, mais cor, deixar mais macio, mais cremoso – e as entidades competentes dizem que são seguros. Mas não há nenhuma pesquisa de longa duração sobre seus efeitos no organismo ao longo das décadas de ingestão. Um dia, o cigarro também foi considerado seguro e sem nenhuma ligação com o aparecimento de câncer…
Para você ter uma ideia, uma reportagem de 2008 da revista Forbes traz alguns dados de alguns dos mais comuns aditivos encontrados em alimentos:
Aspartame: o adoçante artificial apresentou, em diversos estudos, ser relacionado com o aparecimento de câncer.
Nitrato de Sódio: muito usado como conservante em salsichas, bacon e carnes curadas. Pode aumentar o risco de aparecimento de câncer quando sua estrutura molecular é submetida a altas temperaturas, como frigideiras.
Já o site do excelente documentário Food Matters, alerta:
Glutamato Monossódico: usado como realçador de sabor em batatas fritas, comidas congeladas, sopas em pó, molhos para saladas, entre centenas de produtos. Estudos em ratos, realizados nos EUA, concluíram que o consumo regular pode provocar efeitos colaterais como depressão, fadiga, dor de cabeça e maior propensão a obesidade e danos ao fígado.
Você sabia, por exemplo, que muitas bolachas recheadas e sorvetes levam um estabilizantes chamado propilenoglicol que também é usado como solvente em misturas de substâncias fotográficas, fluídos anticongelantes para aviões e fixador em perfumes? E você come isso.
Para ler mais sobre ele, clique AQUI.
Antes de colocar algo no carrinho, leia o rótulo. Veja o que você entende dele. Aliás, esse é um bom começo: se não der pra identificar a maioria dos ingredientes, algo está bem errado. Afinal, deveria ser comida e não uma bomba química.
Outra dica: o rótulo sempre começa com o ingrediente de maior concentração no produto, indo para o de menor concentração.
Vamos dizer que um chocolate tiver açúcar como primeiro ingrediente, não é chocolate: é caminho aberto pra diabetes. Eu comecei a fotografar rótulos em minhas visitas ao mercado para evidenciar a tonelada de lixo que ingerimos – elas estão ilustrando esse post. Se você começar a fazer isso, provavelmente mudará suas compras.
Você é MUITO responsável pela sua saúde. MUITO. Exercícios são importantes, sim, mas nenhum pode retirar do seu organismo o que você colocou nele.
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