ATUALIZAÇÃO (9/7/2015): Fernanda Valdívia não está mais no comando da cozinha da Padoca do Maní
Pão na chapa, pingado, fatia de bolo, suco de fruta: taí coisas que se encontra em qualquer padaria de São Paulo. Em algumas, paga-se até R$ 10 em um suco de laranja meia boca e mais sei-la-quantos-reais num queijo quente “maomeno” que leva algo mais parecido com plástico do que com derivado do leite. Em suma: caro e medíocre. Por isso minha sensação ao sair da nova Padoca do Maní, nova casa da chef Helena Rizzo, foi a de ter pago uma conta justa para comer muito bem.
Ao contrário do que a maioria pode pensar – por se tratar de um empreendimento idealizado por uma profissional famosa, que comanda um restaurante caro -, a Padoca do Maní tem preços melhores do que os de muita padaria tradicional. Para se ter uma ideia, o Café Padoca traz cesta de pães de fermentação natural, manteiga, requeijão, geleia, mel, salada de frutas, iogurte e granola e custa R$ 30. E serve duas pessoas.
Os valores são bons e a comida, ótima. Fernanda Valdívia, responsável pela cozinha, deixa bem clara a proposta do lugar: servir o trivial com qualidade acima da média. E entrega.
Diariamente são produzidos cerca de sete tipos de pães como de leite (R$ 2), de milho (R$ 3) e baguete, além do pão de forma vendido embalado (R$ 7). No balcão, variedade de bolos, quiches, focaccia – aliás, é nele que o cliente faz o pedido e espera ser chamado pelo nome. Serviço simplificado também entra na equação para o resultado ser preços sensatos.
O tostex leva pão de forma da casa, presunto e muito queijo meia cura de qualidade, que derrete lindamente, sem deixar rastro de gordura (R$ 14). O ovo mexido com queijo e bacon vem úmido, cremoso e acompanhado por torrada amanteigada (R$ 16) e é opção de almoço para quem trabalha por ali.
Por falar em almoço, torça para que Fernanda coloque definitivamente no menu as terrines que “aparecem” por lá vez por outra, como a de carne de porco e vitelo com figos e bacon (temperada maravilhosamente). Delicadeza e acerto no tempero difíceis de encontrar.
Há ainda ovos mexidos com shiitake e ora pro nobis (R$ 22), tapioca caprese (R$ 13) e sucos de frutas (entre R$ 7, os mais simples, e R$ 10, aqueles com legumes como cenoura e beterraba).
Não deixe, mesmo, de comer a estupenda e úmida cuca de uva (R$ 7, pedaço) – homenagem de Helena a sua terra natal, o Rio Grande do Sul – e o denso bolo de chocolate (R$ 8).
Além dos pães você também pode levar pra casa granolas, queijos e alguns outros produtos artesanais e/ou de pequenos produtores – a oferta, porém, ainda é pequena mas será expandida em breve.
O único “porém” é o café servido ser Nespresso – um local que tem tanto apreço pelos ingredientes e fornecedores poderia oferecer café brasileiro de qualidade. Mas pelo menos rola, como cortesia, Café Martins coado. Basta pegar na garrafa térmica.
Ah, a Padoca vende os famosos biscoitos de polvilho do Maní. Se eles não estiverem expostos, peça: são guardados em outro local para não murcharem.
Padoca do Maní: R. Joaquim Antunes, 138, Pinheiros, tel.: 3482- 7922
Comente
Seja bem-vindo, sua opinião é importante. Comentários ofensivos serão reprovados