Bullguer: não é gourmet (e nem quer ser), não é caro e é bom

Lumberjack: pão, carne, queijo, bacon e picles (R$ 18)

Lumberjack: pão, carne, queijo, bacon e picles (R$ 18)

Thiago Koch é um cozinheiro talentoso – não à toa, a melhor fase do restaurante (agora bar) Beato aconteceu quando ele comandava a cozinha. Na época, eu almoçava praticamente toda semana por lá. Com ele, nada de modismos-sous-vide-trilogia-de-picles: Thiago executava receitas clássicas com algumas intervenções pessoais e oferecia ao cliente sabores equilibrados, bela apresentação e prazer em comer.

Batata frita importada da Alemanha e polvilhada na casa com mistura de temperos que inclui páprica (R$ 9)

Batata frita importada da Alemanha e polvilhada na casa com mistura de temperos que inclui páprica (R$ 9)

Após a nova composição acionária do Beato, no final do ano passado, Thiago saiu da casa e passou alguns meses na cozinha do Epice. Foi então que veio o convite de amigos para desenvolver o menu de uma nova hamburgueria “não gourmet”, como diz. “Nossa inspiração é a rede americana Shake Shack. Servimos poucos e bons burgers, apenas um tipo de batata frita e uma sobremesa. Somos um falso fast food”, conta Thiago.

Para mim, o mais saboroso: Chicks: pão, burger de frango com curry verde, queijo, cebola roxa, alface e maionese (R$ 18)

Para mim, o mais saboroso: Chicks: pão, burger de frango com curry verde, queijo, cebola roxa, alface e maionese (R$ 18)

O novo Bullguer é mesmo um falso fast food. Come-se rápido, o cardápio é pequeno, o tempo de permanência no salão é curto e não há o mínimo discurso gourmetizatório, porém o cuidado na seleção dos ingredientes e na qualidade final do que é servido são evidentes.

Salão do Bullger

Salão do Bullger

O burger – um pouco menor do que o paulistano está habituado – , composto por cortes de peito e bananinha, é suculento e levemente vermelho no centro. O pão macio, carimbado com o selo da lanchonete, mantém sua integridade até a última mordida, não esfacelando–se. E assim como a inspiração, o Shake Shack, o queijo usado é American cheese, processado. Até eu que não gosto nada de queijo “industrial” sou honesta em dizer que a escolha foi acertada: cremoso, transforma-se quase num requeijão ao entrar em contato com o calor da carne (mas boa notícia: em breve haverá outra opção de queijo, ‘de verdade’).

Bullgue (pão, carne, queijo e picles, R$ 18)

Bullgue (pão, carne, queijo e picles, R$ 18)

Os valores dos hambúrgueres giram entre R$ 16  – Standard, com pão, carne e queijo – e R$ 18 – caso do Lumberjack, que leva pão, carne, queijo, bacon e picles. A porção de batatas fritas alemãs, cobertas na casa com temperos com páprica, sai a R$ 8. Nada mal.
único ponto fraco da casa: Bull dog (Salsicha Frankfurt, bacon e coleslaw, R$ 18)

único ponto fraco da casa: Bull dog (Salsicha Frankfurt, bacon e coleslaw, R$ 18)

Entre os que provei, o mais surpreendentemente saboroso foi o Chicks (R$ 18), hambúrguer de frango temperado com uma pitada de curry verde (eis a mão do chef!), acompanhado por cebola roxa, alface e maionese. O Fisherman, burger de peixe, leva curry vermelho, queijo e molho tártaro (R$ 22).

sorvete com farofa de cookies (R$ 9)

sorvete com farofa de cookies (R$ 9)

Para mim, o único ‘porém’ do Bullguer é o hot dog de salsicha Frankfurt enrolada em bacon e (praticamente nada de) coleslaw: seco de dar sede. Por falar nisso, o chope Stella Artois custa R$ 8.

Daqui algumas semanas Thiago começará a servir a receita original de Apple Pie. Por enquanto, há apenas um doce, o sorvete com farofa de cookies artesanais (R$ 9). Nada gourmet e bem bom.

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