Parece que São Paulo se apaixonou mesmo pela cozinha peruana – não foi só “uma fase”. Há mais de cinco anos, em diversos bairros, pequenos e grandes empreendimentos dedicados a ela continuam a abrir. E a maioria, mesmo com a crise, se mantém. Essa paixão, sem dúvida, foi facilitada pela antiga relação do paulistano com a comida japonesa e seus pescados crus (as duas cozinhas são muito mais que peixe cru, mas é evidente a predileção do público por essa especialidade).
O mais novo representante da comida do nosso país vizinho na capital é o La Peruana, que já existia como food truck desde 2014 e fez o caminho oposto da maioria: virou restaurante com endereço fixo, no qual as filas de espera já são bem comuns.
A chef Marisabel Woodman, no comando da casa, nasceu no norte do Peru, formou-se em gastronomia na Escola Ferrandi, em Paris, estagiou na cozinhas do chef Alain Ducasse, no hotel Plaza Athenee e, antes de mudar-se para o Brasil, voltou ao Peru e passou uma temporada no excelente Central. Sua comida é leve, com uso comedido de ají (pimenta) e bom custo-benefício.
O menu oferece os clássicos executados com capricho. É o caso dos bons ceviches, servidos em quatro preparos e com acidez equilibrada: clássico (peixe branco do dia e batata doce cozida na laranja; R$ 24), o La Peruana (peixe branco do dia , camarão e lula empanada com batata doce cozida na laranja e milho peruano; R$27), o Apaltado (peixe branco do dia, abacate, alcaparras, gengibre, azeite de oliva, chips de banana; R$24) e o mixto (peixe branco do dia, camarão, polvo, lula e mandioca, R$ 29).
Antes deles, prove os crocantes Tequeños, pastéis peruanos de queijo serra da Canastra e lomo saltado com aji carretillero, acompanhados de guacamole (R$19) e as Causas – batatas amassadas, temperada com limão e Ají Amarillo, servidas frias, cobertas por creme de abacate – de polvo (R$21), galinha (R$14) e camarão e siri (R$16). As entradas também contam com Anticuchos – espetinhos – filé mignon ou os clássicos de coração de boi, marinados na cerveja, hortelã e aji panka (R$19; R$ 24).
A oferta de pratos quentes inclui Pulpo Parrillero (polvo na brasa com gremolata de alcaparras e raspas de limão com batatas assadas e cogumelos; R$49), o tradicionalíssimo Lomo Saltado (filé mignon salteado com cebola roxa, tomate, coentro, molho shoyu, com arroz e batata frita; R$34), o reconfortantemente picante Arroz com camarão, lula e mexilhão (R$31) e o Tacu Tacu Anticuchero (mistura de feijão preto e arroz, filé mignon grelhado na marinada anticuchera, banana da terra, ovo frito e salsa criolla; R$29).
Os coquetéis, claro, trazem o pisco como estrela: pisco sour (R$ 19), La Colorada (pisco macerado com hibisco, casca de tangerina e rosas ; R$23)e Kinkano (pisco macerado com mandarina kinkan, limão e xarope de lima; R$ 24), entre outros. Apenas peça para colocarem pouco açúcar porque tendem a vir excessivamente doces.
Encerre com o arroz con leche, versão peruana do arroz doce (R$ 10) ou com Tres Leches (leite condensando evaporado e batido, bolo cremoso e merengue com morango; R$ 15). Dulcérrimo, aconselho a compartilhar em duas pessoas.
Comente
Seja bem-vindo, sua opinião é importante. Comentários ofensivos serão reprovados