Pequenos produtores artesanais, responsáveis por jóias gastronômicas de alta qualidade e feitas com paixão devem ser reconhecidos e louvados – ainda mais no Brasil, um país que dizima empreendedores com sua burocracia, impostos absurdamente altos e zero incentivo.
Por isso fico tão feliz em ver o sucesso de pessoas como Heloísa Collins, proprietária do pequeno e lindo Capril do Bosque, em Joanópolis, interior de São Paulo. E mais feliz ainda de notar que a qualidade do que fabrica só aumenta, caso das duas novidades, Cacauzinho e o Serra do Lopo.
O Serra do Lopo, de interior cremosíssimo, tem a casca lavada (dia sim, dia não) com mistura de cervejas weiss e pilsen, o que confere uma delicada e discreta nota de lúpulo ao final dos seus 75 dias de maturação. Não há nada parecido no país (fica matador com pão preto).
O Cacauzinho – pelo qual me apaixonei – tem história curiosa: foi “enjeitado” no berço.
Segundo Heloísa, o chef Alex Atala entrou em contato com ela há alguns meses e pediu para que criasse um queijo de cabra bem brasileiro, curado com cacau. Depois de diversos testes, chegou a um produto que agradou o cozinheiro a ponto dele fazer uma encomenda de tamanho considerável. Mas, às vésperas da entrega, a produtora teve uma surpresa: Atala desistiu do pedido.
Então, Heloísa se viu com dezenas de peças no limite da cura e estava a ponto de jogar tudo fora quando Lis Cereja, da Enoteca Saint Vin Saint, a convidou para participar da Feira de Vinhos Naturais que realiza todos os anos. E o Cacauzinho foi sucesso total – não sobrou nem uma peça. Agora, entra para a linha fixa do Capril do Bosque.
Os queijos do Capril do Bosque são comercializados nas lojas Mestre Queijeiro, Eataly, bar Cateto, loja de fábrica (Joanópolis) e online. O Serra do Lopo custa R$30 (220 gramas); o Cacauzinho R$15, a unidade – preços da loja de fábrica.
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