Rodolfo De Santis é um cozinheiro talentoso. No breve período de existência do Domenico, do qual era chef, transformou a casa num dos melhores italianos da cidade. Depois, no quase um ano em que chefiou o Tappo Trattoria, sua cozinha atraiu todos os foodies/instagramers da capital, que lotavam as timelines com imagens do seu generoso carbonara coroado com dourada gema crua.
Agora, Rodolfo está em casa. Na sua casa. O novo Nino Cucina tornou-se realidade graças ao contatos que fez no Tappo, mais especificamente a clientes assíduos e de carteiras recheadas, que se tornaram sócios do italiano neste agradável (ainda que com péssima acústica) restaurante.
O menu do Nino é conciso mas oferece opções suficientes. Diria que é bem ‘editado’. A comida de Rodolfo continua vibrante e voltada à simplicidade bem executada, caso da excelente Carne Cruda misturada a crocantes grãos fritos de cevada e pedacinhos de pecorino (R$ 28)
Fartamente untadas com azeite e alho, grandes mexilhões e pedaços de tomate compõe a bruschetta (R$ 24), outra opção de entrada. Algumas delas, as entradas, são mais interessantes e saborosas que alguns principais: exemplo disso são os delicados polpette, de interior rosado e carne suculenta, recheados com queijo e cobertos por equilibrado molho sugo (R$ 16).
Prove também a tenra língua com polenta taragna – polenta rústica com adição de trigo sarraceno, queijo fontina – e Portobello grelhado (R$ 24).
A coquetelaria ali é focada em clássicos. O Bloody Mary, com Absolut, custa R$ 25; o Gin Tônica, com Tanqueray, tomate e manjericão, R$ 29; o Negroni do Nino (Tanqueray Ten, Antica Formula e Campari), R$ 33.
Uma ponta de decepção apareceu nos pratos principais: o vistoso Gnocchi com queijo taleggio, ossobuco, gremolata (tempero feito com salsinha, alho e raspas de limão – entre outros ingredientes possíveis – finamente picados) e sálvia crocante (R$ 47) levou farinha demais, o que destruiu a textura cremosa, tirando boa parte da graça.
A ótima Cotoletta de porco com molho encorpado de lentilhas e sopressata (R$ 57) veio em companhia de um enorme, excessivamente alto e um quebradiço gnocco alla romana – ao contrário do gnocchi mais conhecido no Brasil, que leva batata, este é feito com semolina.
No cardápio também constam clássicos como o Canelloni Bolognese (R$ 48) e o Spaghetti Carbonara com ovo caipira (R$ 53).
Para sobremesa, prefira a densa Torta della nonna (chocolate, ricota e pera assada, R$ 24), servida morna, ao Tiramisù (R$ 22): apesar de ter mascarpone aerado e biscoito consistente, o sabor do café não aparece pra festa, o que faz tremenda falta.
Comente
Seja bem-vindo, sua opinião é importante. Comentários ofensivos serão reprovados