Museo Veronica: cozinha espanhola casual, bem feita e a preços convidativos

Ponto altíssimo do Museo Veronica, a Tortilla (R$ 8) consegue ser mais cremosa e bem temperada a cada vez que a provo.

Ponto altíssimo do Museo Veronica, a Tortilla (R$ 8) consegue ser mais cremosa e bem temperada a cada vez que a provo.

Há cerca de cinco anos, a moda entre os foodies e bloggers de gastronomia era postar fotos e mais fotos do Maripili, um pequeno espanhol na Chácara Santo Antônio: parecia que ali estava o pote de ouro no fim do arco-irís. Mas como todas as modinhas, passou. Hoje é raro ver alguém falando sobre o Maripili ou sobre seu irmão mais novo, o Museo Veronica, em Moema: o ‘hype’ agora está nos lamens, nas pizzas ‘napoletanas’, nos coreanos.

Salmorejo (sopa fria de tomates com ovo cozido e crocantes de jamón), do Muse Veronica

Salmorejo (sopa fria de tomates com ovo cozido e crocantes de jamón), do Muse Veronica

Contudo, ambas as casas continuam fazendo boa comida – com simplicidade e competência -, a bons preços, mesmo sem tanta atenção midiática. Os cliente fieis continuam lá, mesmo sem tantas #s. O Museo Veronica, especialmente, está ainda mais agradável, maduro. O menu bem resolvido e ideal para petiscar (e ficar horas à mesa), inclui o fixo, no papel, e o mutável, na grande lousa no salão, na qual são descritas as sugestões da semana.

Buñuelos de morcilla (R$ 20), bolinhos de linguiça de carne suína, sangue de porco, cebola e especiarias, da Pirineus, empanados em massa lisa e crocante.

Buñuelos de morcilla (R$ 20), bolinhos de linguiça de carne suína, sangue de porco, cebola e especiarias, da Pirineus, empanados em massa lisa e crocante.

Clássicos como Jamón serrano e ibérico (R$ 32 e R$ 52, respectivamente, a porção), a Salmorejo (sopa fria de tomates com ovo cozido e crocantes de jamón, R$ 11) e porção de Chistorra, a linguiça apimentada que tanto gosto (R$ 23), acompanham os vários rótulos de vinhos até R$ 80.

Arroz com tinta de lula, lagostins e anéis de lula do Museo Veronica

Arroz com tinta de lula, lagostins e anéis de lula do Museo Veronica

Ponto altíssimo do Museo Veronica, a Tortilla (R$ 8) consegue ser mais cremosa e lindamente temperada a cada vez que a provo. Ovos, batatas, cebolas e azeite: quatro ingredientes cotidianos e talento são, por vezes, todo o necessário para uma refeição prazerosa.
Menu semanal do Museo Veronica: sempre na lousa, sempre diferente do impresso

Menu semanal do Museo Veronica: sempre na lousa, sempre diferente do impresso

Vale também pedir os gordos Buñuelos de morcilla (R$ 20), bolinhos de linguiça de carne suína, sangue de porco, cebola e especiarias, da Pirineus, empanados em massa lisa e crocante. O dulçor do embutido e o delicado toque de canela vão muitíssimo bem com cerveja.

Leche frita do Museo Veronica: creme denso a base de leite e gemas, empanado e frito, polvilhado com canela e açúcar

Leche frita do Museo Veronica: creme denso a base de leite e gemas, empanado e frito, polvilhado com canela e açúcar

Entre os principais, Rabada desossada envolta em massa filo e purê de batatas (R$ 30), bochecha de boi com purê de batatas (R$ 32) e barriga de porco com lagostins em seu molho (R$ 32). Outro ponto alto é o uso de cortes considerados menos nobres por muito (que besteira…), com custo mais baixo (o que se reflete no ótimo valor dos pratos) e resultados intensamente saborosos por conta de seu preparo lento.

Museo Veronica faz comida espanhola cotidiana e mostra que nem só de tapas e paellas vive a culinária daquele país.

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