Acabou-se de vez o boom dos foodtrucks em São Paulo.
A razão principal é a total ausência de política pública que fomente a comida de rua.
O que se viu foram muitos caminhões vendendo itens a preços tão altos quanto restaurantes, estacionados em áreas privadas e com variedade/qualidade questionáveis. Não à toa, aqueles que fazem (ou fizeram) sucesso estão vendo que o velho e bom ponto fixo pode ser mais interessante do que as rodas. Foi o caso do La Peruana, em 2015. É também o caso do Buzina Food Truck, que acaba de abrir uma lanchonete em Pinheiros, a Buzina. Eles, contudo, continuam em movimento: a marca mantém os caminhões, cujos roteiros podem ser checados em seu Instagram.
O Buzina foi um dos primeiros e mais festejados – por crítica e público – foodtrucks da cidade. Nos meses após o lançamento, filas imensas se formavam à espera de seus bem feitos hambúrgueres. O sucesso foi tanto que, em 2016, fecharam uma parceria com a companhia aérea Azul na qual os passageiros dos voos com destino a Estados Unidos e Portugal podiam escolher itens do cardápio assinado por eles.
O cenário atual é diferente do de 2015.
Milhares de hamburguerias foram abertas na capital. Em todos os cantos. De toda sorte de decoração, qualidade, preço.
Hambúrgueres foram colocados em menus de restaurantes. De bares.
Hambúrgueres se tornaram os novos temakis (ou paletas mexicanas, ou qualquer outra moda passageira).
Ainda bem que os hambúrgueres do Buzina continuam bem feitos, o que garante (nova) casa cheia o tempo todo.
O cardápio da lanchonete conta com cinco entradas, treze sanduíches e uma sobremesa. Infelizmente as excelentes saladas – como a de arroz negro, rúcula, vagem, ervilha torta e vinagrete de ervas e a de tubérculos com coalhada seca e tomilho – são servidas apenas nos trucks. Fui seca para comer a frango sustentável ao curry com cuscuz marroquino, chutney de manga, amêndoas e coentro…
Se for petiscar, evite o farinhento Croquete com lula em sua tinta (R$ 15) e vá com fé nas finas e crocantes Fritas com páprica (R$ 8). O Bun – taí a mais nova moda! – traz coxa de pato desfiada com molho excessivamente adocicado, picles de cenoura e coentro (R$ 14).
O hambúrguer que mais me agradou foi o bem fornido Patty Melt: prensado, no pão de centeio, vem com cebola tostada e gruyére (R$ 26). Simples, bem feito, equilibrado.
O que leva o nome da casa é montado com carne, queijo americano, bacon moído, aioli e fritas dentro do sanduíche (R$ 27). Para quem gosta de potência, o Truck une burger, cebola na chapa e gorgonzola (R$ 24).
Há também opções não-hamburguísticas, caso do gostoso Veggie (burger vegetariano de cogumelo portobello e arroz negro, parmesão, alface, tomate assado, cebola roxa e aioli; R$ 29), do Cubano (paleta suína, presunto royale, queijo suíço, picles de pepino e mostarda, R$ 25) e do de língua bovina fatiada, rúcula, aioli e salsa verde na ciabatta (R$ 22).
O único doce é o Tres Leches (R$ 11). A textura e umidade são agradáveis, mas tem tanto, mas tanto, tanto açúcar que chega a doer os dentes…
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