Gabriela Barretto, chef do Chou, não está na tv, não ‘frequenta’ redes sociais, não participa de nenhuma turma de cozinheiros famosos. É discreta e tímida. Mesmo assim, seu restaurante está sempre lotado. Não à toa: além de comida deliciosa e do ambiente agradabilíssimo, o Chou mantém a qualidade há anos, tendo conquistado um séquito de clientes fidelíssimos.
Há alguns meses, quando ela anunciou que abriria uma segunda casa, agora em sociedade com sua irmã, o mercado da gastronomia paulistana se alvoroçou. Então, há poucas semanas atrás, a dupla inaugurou o novo empreendimento, batizado de Futuro Refeitório, em Pinheiros. Pelo que vi nas quatro vezes em que estive lá, a casa já caiu no gosto do paulistano: vive com gente saindo pelo ladrão, com constantes filas de espera. Sucesso merecido.
Moderno tanto na arquitetura – instalado num antigo estacionamento, do qual foi mantida a pintura nas paredes e o ambiente amplo, com cozinha completamente aberta -, quanto no menu focado em vegetais, grãos e frutas, o Futuro é charmoso, tem boa comida, serviço jovem e competente, panificação de primeira (a cargo da talentosa Hanny Guimarães), coquetelaria de qualidade (sob comando do bartender Alexandre D’Agostino) e bons preços. Uma combinação e tanto.
E o futuro é mesmo da alimentação com menos presença de derivados de animais – se quiser entender a razão, leia ESTA reportagem, escrita por mim -, menos refrigerantes, menos superprocessados. E Gabriela sabe bem disso, tanto que produz, além dos pães e das massas, os próprios leite de amêndoas e de coco, ricota e doce de leite.
Ótima sacada foi o modelo do cardápio que traz, no almoço, três fórmulas: 4 plantas (R$ 38), 3 plantas e 1 animal (R$ 43) e 1 sanduíche e 1 planta (R$ 36). Pequenas porções, variadas, coloridas, cheias de sabor, escolhidas pelo cliente.
Entre as plantas: arroz preto com coco tostado, abóbora e sementes; pappardelle com pesto variado; salada de broto de feijão com cenoura , amendoim, pepino, coentro e hortelã. Entre as opções animais, frango orgânico com páprica, miolo de contrafilé com chimichurri e crudo de peixes do dia com cítricos. Os sanduíches valem muito, especialmente o de salada de ovos orgânicos com maionese e alface no brioche (R$ 25, se pedido sozinho) e o de contrafilé, aioli, chimichurri, cebola e rúcula (R$ 31, se pedido sozinho).
Para acompanhar, há tanto os bem feitos drinques (entre eles, Bourbon milk – Bourbon, café, leite de amêndoas feito na casa, R$ 28 – e Bessie Fizz – gin, limão, pepino, hortelã e club soda, R$ 26) – quanto a seleção de vinhos sob curadoria da sommelière Gabriela Monteleone (entre R$ 130 e R$ 150, garrafa) e as vitaminas e sucos. A Aquele de Amêndoa leva leite de amêndoa feito na casa, manteiga de amêndoa e banana (R$ 25).
Para sobremesa, aconselho fortemente a Torta de chocolate com base de tâmaras e fitas de coco queimado crocantes (R$ 16) e o sutil cremoso de laranja, finalizado com doce de leite quase líquido e pipoca de arroz (R$ 10)
Se você também ama café da manhã, como eu, o Futuro é um oásis, servindo-o o dia todo. Não perca as tostadas, altas, macias por dentro e crocantes por fora. Podem vir com ricota caseira cremosa (R$ 8), com manteiga de amêndoa e mel (R$ 9,50) ou com doce de leite artesanal (R$ 8). Há também croissant (R$ 8) e cremoso de chia com manga e banana (R$ 8).
E não pule o café, tão cuidadosamente selecionado e preparado como o resto do menu (aconselho o coado do Renato, R$ 8).
O restaurante fica aberto à partir das 8hs e só fecha depois das 19hs (em fevereiro, passa a fechar as 22hs): adivinha se, durante a tarde, já não virou ponto de reunião do pessoal do bairro?
Ah, a taxa de serviço é de 13%…
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