ESTABELECIMENTO FECHADO
Metrópoles são impenetráveis, herméticas, caóticas. Nelas nos sentimos perdidos, vagando num eterno buscar do nosso lugar. Mas metrópoles também são energéticas e repletas de locais especiais à espera de serem descobertos – o novo Factório Quintal é um deles.
O Factório Quintal é o novo projeto de Renato Calixto, que fechou o Factório-elefante-branco na Rua Amauri há poucos meses (a casa, imensa, não vingou). Numa dessas coincidências da vida, encontrou a estilista e designer Adriana Barra num momento em que ela ansiava transformar sua belíssima loja nos Jardins num espaço multicultural e multifuncional. Como Adriana sempre foi apaixonada por gastronomia, o negócio estava feito.
No jardim, espalham-se algumas mesinhas para duas pessoas e uma comunitária, ao centro, bem debaixo da palmeira. Ao lado, a sala decorada com papel de parede e tecidos da designer (à venda) abrigará também marcas de cosméticos naturais convidadas. A linda e aberta cozinha – na qual Adriana fazia alguns eventos com amigos – fica literalmente dentro da loja e é um charme só.
O menu do Factório Quintal segue a linha vibrante da arte de Adriana, com receitas criativas/reconfortantes e insumos de qualidade. Ali, pode-se tomar café da manhã, almoçar, comer algo rápido durante a tarde e curtir drinques até às 22hs (carta criada pelo bartender Ale D’Agostino).
Para o começo do dia há pão na chapa com manteiga (R$ 9), com pasta de amendoim (R$ 12) e com ovos mexidos (R$ 15); iogurte com duas coberturas à escolha (compota de entrecasca e melão e melancia, granola da casa ou frutas frescas, R$ 18) e tostadas, boa pedida para sanar uma fome moderada – não são imensas mas estão longe de serem pequenas.
A Regador traz bom pão de fermentação natural com queijo de cabra, fatias de pimentão assado, redução de balsâmico e folhas de beterraba (R$ 20); a Periquito é montada com queijo bourain, avocado, rúcula, vinagrete de coentro, limão e azeite (R$ 22).
No horário do almoço há sempre duas opções de prato do dia, sendo uma vegetariana (R$ 36, cada). Provei o curry de frango com arroz basmati: suculento, farto e bem temperado, poderia apenas ser mais úmido. Entre os sanduíches, o parrudão Branca de Neve (R$ 25) é um acerto: mostarda, muito queijo coalho na chapa, guacamole e cebolas roxas em untuoso brioche.
Não deixe de pedir os mezzes – hommus e babaganuche, tomate confit, iogurte com hortelã, pasta de pimentão e pão chato feito na casa, na hora do pedido (R$ 42) – preparados de acordo com as receitas de família de Calixto. Há uma delicadeza rara de se encontrar nas pastas, com final levemente ácido e um tanto viciante.
Para sobremesa, vá de Bolo de banana (o cliente escolhe se quer com chocolate ou amêndoas na massa) acompanhado por morangos em calda de maçã caramelizada (R$ 16). Uma espécie de pain de epice tropicalizado, bem aromático. Acompanhe com café coado Wolf.
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