Divertido, desconstruído e conciso: o novo Uó poderia, tranquilamente, estar em Berlim, Londres ou San Francisco.
A casa – nova empreitada do grupo do Pitico – fica no local no qual funcionou a pizzaria I Vitelloni. Do antigo endereço, porém, só resta o forno a lenha: nem as paredes, estrategicamente semi-destruídas, ficaram pra contar história. O salão, com decoração que inclui manifestos feministas e frases escritas a mão, é escancarado para a rua, arejado e agradável, do tipo que convida a ficar por muito tempo.
O pequeno cardápio do Uó tem tanta personalidade quanto o salão: são seis porções, uma sugestão de arroz (serve duas pessoas) e uma sobremesa, alteradas sempre que o cozinheiro tiver vontade. E isso é tudo.
Sou fã confessa das casas do grupo (especialmente do Mica), do qual uma das grandes marcas é o bom custo-benefício. No Uó, contudo, há uma série de derrapadas nesse quesito, caso da diminuta porção de cogumelos eryngui assados (dois pequenos, cortados ao meio) e colherada de coalhada que custa R$ 20… O mesmo valor da dupla de bruschettas de aliche com manteiga e rabanete, que ganharia muito em sabor e textura se tivesse o pão finalizado no forno a lenha. E é do forno a lenha que saiu o melhor prato do almoço: meia couve-flor assada, com áreas deliciosamente tostadas, finalizada com castanha do pará ralada, pó de hibisco e limão (R$ 24).
No dia da minha visita, o arroz foi preparado com costela, abóbora e alho frito (R$ 80; serve duas pessoas). Saboroso, porém cozido alguns minutos além da conta.
Para beber há cerveja e pequena seleção de vinhos naturais (média de R$ 100, a garrafa).
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