Bottega Bottagallo: comida italiana para mangiar a noite inteira!

ESTABELECIMENTO FECHADO
Ontem fui ao soft opening  do mais novo empreendimento da Cia. Tradicional (donos do Pirajá, Pizza Bráz, Lanchonete da Cidade, Astor, Original….), em sociedade com os proprietários da Adega Santiago: Bottega Bottagallo. Uma só palavra: impecável.

A idéia era fazer um restaurante/bar com ambiente tranquilo, gostoso, no qual as pessoas ficassem à mesa por horas- atitude tipicamente italiana- degustando porções das melhores comida do país dos meus avós e bebendo muito bem. O resultado foi uma casa deliciosa com extenso cardápio executado à perfeição e uma carta de drinques de enlouquecer.

Comecei com algo que amo de paixão: ovo mollet. Mas, aqui, na versão italiana: Uovo Guido (R$ 16). Trata-se de um ovo cozido, enfarinhado e frito, com gema molinha, acompanhado de um creme suave e delicioso de trufas e cogumelos. Poderia passar o resto da noite mangiando um depois do outro, intercalando mordidas com goles da deliciosa e mega refrescante Limonata Rosa (gim, mix cítrico, gengibre e prosecco, R$ 20) mas tinha um trabalho a fazer: provar outros pratos. E todos em porções menores, mas grandes o suficiente para dividir com meus dois amigos e ficar feliz.

Passei para o denso, temperadíssimo e farto Sugo All Carne Rústica acompanhado de torrada de pão alto, macio por dentro e crocante por fora (R$ 18); linguiça artesanal de javali com feijão branco (R$ 11); delicadíssimos nhoques dourados em azeite com ricota, cubos de tomate e rúcula (R$ 13); um sensacional envelope de mortadela quase sem gordura recheado de tallegio e passado na chapa (R$ 16; meu pai fez isso aos domingos minha infância toda!) e um agnolotti extremamente rico em sabores recheado com carnes de porco, boi, coelho e verduras, coberto pelo molho dos assados (R$ 14). My God! E o menu ainda tem delícias que simplesmente não consegui provar, por falta de espaço estomacal, como panini de mussarela, abobrinha e berinjelapolenta cremosa com gorgonzola, molho bolonhesa e funghi… Ah, sim, e acompanhei todos os pratos com os sensacionais drinques do bartender Márcio Silva, que merecem uma degustação tão apurada quanto o menu de comida. Aconselho muito o martini de pure de maçã verde, alecrim e abacaxi (o bacana é que todos podem ser servidos em taças normais ou versão menor, com preços também menores) e os coquetéis frisantes, fresquíssimos, como o Amarena Frizzanti, que leva vodca, creme de cereja italiana, erva cidreira e prosecco.

Para quem quiser comer mais ainda, é possível pedir vários tipos de macarronada para uma, duas, três ou quatro pessoas.

Para encerrar, um copo do vinho da casa, um Rosso di Montepulciano (Sangiovese, Candiolo e Merlot), produzido por Gracciano della Seta– e especialmente importado pelos proprietários– e a MELHOR PANACOTTA QUE COMI NA MINHA VIDA INTEIRA. E sou tarada por panacotta. Era como colocar sobre a língua um pedaço de nuvem envolta em floquinhos de seda doce comestível. Simplesmente genial.

No final da refeição, ainda batia na minha cabeça a pergunta: porque raios esse nome se o galo é símbolo de Portugal?  “Antigamente as coisas eram mais lúdicas, não precisavam de tanta explicação. Por exemplo, O Gato Que Ri. Eu quis trazer esse toque lúdico, divertido”, diz Edgar Costa, um dos proprietários mais divertidos e apaixonado pela Itália.

Por enquanto, o Bottagallo abrirá somente para o jantar de terça a domingo. “Queremos deixar o serviço perfeito, sentir como é o funcionamento desta casa em específico, então vamos ir aos poucos. Quando estiver azeitado, quem sabe, abriremos para almoço também”, diz Ricardo Garrido, um dos sócios.

É por esse cuidado, raro de ser ver, que vou virar frequentadora assídua, assim como sou de todas as outras casas da turma.

Bottagallo: Rua Jesuíno Arruda, 520, Itaim, 3078-2858

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