Pastifício Primo: massas artesanais boas demais!

Saí do trabalho com fome e sem vontade nenhuma de jantar fora de casa: preguiça de socializar. Então resolvi passar em um pastifício artesanal aberto recentemente no caminho: adoro massas feitas à mão, old school, e fiquei apaixonada pelas máquinas vintage italianas, funcionando a pleno vapor, espertamente expostas em uma grande vitrine. Lá fui eu provar os produtos do Pastifício Primo.

Assim que cheguei  já fui tirando minha câmera da bolsa para fotografar o balcão refrigerado cheio de massas que, em breve, estariam no meu prato: Tortelli de presunto cru e figos turcos, pansotti de salmão desfiado com nata, conchiglioni de moranga caramelizada com canela e pimenta, ravioli de verduras, nhoque, pappardelle, lasanha vegetariana… Lá de dentro da cozinha aberta, um moço para de fazer tagliatelle nero, me chama, vem em minha direção com uma touca descartável nas mãos e diz: “Percebi que você é curiosa. Então venha conhecer minha casa”. A simpatia é Ivan Bornes, o proprietário. Gaúcho, sua família possui um pastifício há algumas décadas em Porto Alegre, mas ele sempre se interessou por outros mercados. “Tinha duas opções: mudar para Nova York ou vir para São Paulo. A vantagem é que aqui, tenho visto”, brinca.

O Pastifício Primo abriu há dois meses e já virou um sucesso. Eu credito a diversos fatores: a paixão de Ivan pelo que faz, seu conhecimento, as máquinas antigas tratadas como se fossem da família, o uso de matérias-primas de qualidade e, claro, um resultado final muuuuuuuuuuuuito bom.

Levei para casa duas massas recheadas: carne de sol com moranga e brie com damasco. Também um pouquinho de molho sugo e uma tortinha de carne. A massa é leve, não pesa; os recheios são equilibrados, temperados, fartos. E a carne de sol estava fenomenal! O recheio da tortinha de massa fina também me agradou muito:  carne super saborosa refogada em bacon, ovos cozidos, azeitonas pretas. E o preço? Um dos melhores da cidade: esse jantar, para dois e com fartura, saiu por R$ 30. A massa mais cara sai R$ 50 o quilo (recheada com shiitake e shimeji); a mais em conta, R$ 16,90 (lisa, feita com grano duro) e não é pré-cozida, é fresca mesmo. Até o final da semana volto lá para comer o sorrentini de vitello ao vinho tinto e funghi.

O Pastifício Primo vende seus produtos para vários restaurantes bacanões da cidade que, no cardápio e no discurso, afirmam que suas massas são fabricadas na casa… Enganação pura. Claro que quis saber os nomes dos lugares porque fico p. da vida com essa tipo de atitude “bater continência com o chapéu alheio”. “Não posso dizer. Temos cláusula de confidencialidade…”, desculpa-se Ivan. Ah, tudo bem. O que importa é que eu sei onde comprar.

Pastifício Primo: Rua Fradique Coutinho, 211, Pinheiros, 3881-9080

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