Forquilha: novo chef, novo menu e comida ainda melhor

ESTABELECIMENTO FECHADO

Entrada do novo menu do Forquilha: Ovo mole com polenta cremosa, mandioquinha frita e creme de trufas (R$ 30)

Desde sua abertura, há 3 anos, o Forquilha preza pelo cuidado com a cozinha. Muito mais interessante para comer (bem e sem toneladas de fritura) do que vários bares e restaurantes da região, a casa recentemente trocou de cozinheiro e de estilo de menu – o que parece ter sido um acerto.

Nhoque Vó Mercedes: ao molho de linguiça e farofa de focaccia (R$ 45)

A vinda do chef Antonio Maiolica, italiano de Salerno, trouxe maturidade e certo refinamento ao Forquilha. Sanduíches, tartares, bolinhos e milanesas (itens bastante comuns em tudo quanto é canto), saíram de cena para dar lugar a cardápio mais conciso, com sugestões diárias do chef, várias delas autorais e com utilização de ingredientes sazonais, caso do Peixe fresco da feira, purê de abobrinha, maionese de ostra e batatas assadas, do Carapau, crisp de erva doce, purê de cenoura e gel cítrico e do Entrecote de Angus, vinagrete de cogumelo e purê de batata defumada no forno à lenha.

Tomate verde grelhado com ricota cremosa e alcachofra grelhada (R$22) do novo menu do Forquilha

Como entrada, torça para encontrar o Ovo mole com polenta cremosa, mandioquinha frita e creme de trufas (R$ 30) – ah, que diferença faz quando o cozinheiro sabe usar produtos trufados… Mais simples e não menos saboroso, o tomate verde é fatiado grosso, vai pra grelha e volta coberto por ricota e coração de alcachofra crocante (R$ 22).

Tagliatelle com ragu de ossobuco e zabaione de tutano (R$ 55): sensacional

Para os amantes de tutano, como eu, duas boas: Tutano gratinado no forno a lenha sobre brioche (R$ 28) e o excelente Tagliatelle de açafrão com ragu de ossobuco e levíssimo zabaione de tutano (R$ 55). Que tremenda massa, perfeita em espessura e elasticidade.

Ambiente do Forquilha

O meu querido parmegiana desapareceu do cardápio – para mim, era um dos melhores da cidade -, mas a lasanha mais amada pelos clientes continua firme e forte. Chamada de Mamadi, é montada com massa feita no restaurante, presunto, mussarela de búfala, parmesão e provolone (R$ 45). Outro clássico que se mantém é o Nhoque Vó Mercedes – ao molho de linguiça e farofa de focaccia, R$ 45-, que apesar de saboroso e na consistência ideal (macia, quase cremosa, mas sem despedaçar sob o molho quente) pecou pelo tamanho gigantão, o que me fez cometer uma heresia: cortar o nhoque no meio.

Brasato com purê de mandioquinha e farofa de sálvia

Aos domingos a casa serve pizza assada no forno a lenha, muito elogiada, mas que ainda não provei. A consultoria foi feita pelo mestre pizzaiolo Andre Guidon, da Leggera Pizzaria, o que já é bom prenúncio de qualidade.

Para terminar, equilibrado Tiramisu (R$ 22) e a minha querida Tigelada de goiabada (R$ 22): fatias de pão de ló alternadas com creme de queijo e goiabada cremosa, coroado por castanhas de cajú.

O clássico Tiramisú no Forquilha

Um ponto, porém, me incomodou bastante no Forquilha: a coquetelaria.
Beira a insanidade cobrar R$ 55 por um dry martini ou negroni feitos com gin London Dry N.1 (R$ 32 com Beefeater), R$ 85 por um Sazerac com Hennessy XO (R$ 29 com conhaque Fundador) ou, ainda, R$ 38 um Moscow Mule com… Smirnoff. Não dá. Valores assim só fazem afastar de vez do bar o cliente que ainda não toma coquetel e dar raiva em pessoas que, como eu, os adora.