Spencer Jr. tem talento suficiente para transformar qualquer bar em que esteja comandando no mais concorrido de São Paulo – e também no mais premiado (para quem gosta de listas). Isso aconteceu no MYNY, no Isola e, há quatro meses, no Frank, nova casa do bartender.
Aberto no térreo do decadente Hotel Maksoud Plaza, o Frank – homenagem ao cantor Frank Sinatra – tem ambiente sui generis por conseguir trazer um ar verdadeiramente retrô ao que, por muitos, poderia ser considerado apenas velho. Confortáveis cadeiras baixas de couro, madeira escura, luz baixa, banda instrumental tocando jazz ao vivo no hall: esses elementos conseguem juntar-se de maneira a levar o cliente a uma outra época, a uma certa calma.
Além dos drinques de qualidade e gelos bem cuidados, me agrada demais no Frank a possibilidade de sentar-se ao balcão e observar as bebidas sendo preparadas enquanto conversa-se com o bartender. A verdadeira experiência de coquetelaria, tão comum nos EUA e na Europa, e tão rara por aqui…
A carta é dividida em clássicos, releituras de clássicos e autorais.
Na primeira categoria estão o Corpse Reviver (Calvados Pere, Magloire, Martel VSOP, Carpano Classico, R$ 31), o White Lady (Gin Siderit, Grand Marnier, limão siciliano, R$ 31) e um dos meus favoritos, o Up To Date (Bourbon Woodford Reserve, La Guita Manzanilla, Grand Marnier, Angostura, R$ 31). Já o Gin Tônica (R$ 33) foi decepcionante: o xarope de tônica produzido na casa e gaseificado na hora, misturado a gin Hendricks, mal traz o icônico sabor amargo do quinino, ficando perdido no gosto herbal do gin.
Também ficou aquém do esperado o Bloody Mary (R$ 30), que leva suco de tomate feito na casa e mostrou-se pouco temperado e sem sabor, talvez por conta da baixa qualidade da matéria-prima no Brasil – coisa mais complicada encontrar tomates com gosto de tomate e não de água…
Excelente releitura, o Martinez de Spencer é feito com gin Tanqueray Ten, Carpano Classico, Luxardo Maraschino e Angostura (R$ 33). Claro que o Martini está ali – custa R$ 31 e leva gin Beefeater, Martini Extra Dry, Bitter Truth Orange.
Nos autorais, recomendo vivamente o que se tornou um dos meus coquetéis favoritos, El Grito de Dolores (R$ 31): Tequila 3 Generaciones, infusão de folha de limão kafir, redução de aceto balsâmico com morangos,Briottet, creme de cassis. Excelente e muito aromático, o Diploma tem Rum Botucal, Bénédictine, pistache, limão tahiti, tintura de lavanda (R$ 33).
O menu de comes fica por conta da hamburgueria Meats, de Paulo Yoller. Entre R$ 18 e R$21, há Slider Hooligan (pão de Hambúrguer, 100 g de Hambúrguer, Cheddar, Picles, Bacon e Maionese De Horseradish), Slider Falafel (pão de Hambúrguer, Tomate, Falafel, Picles e Molho Tahine), Frank´s Dog (Hot Dog com Cogumelos Salteados, Creme de Queijo Suíço e Gremolata) e Club Sandwich.
Mais um bar de sucesso para a lista de Spencer.
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