O La Maison Est Tombée é um bar concebido com bom humor. A ironia começa no nome – o equivalente a expressão “a casa caiu” em português-, passa pelas paredes repletas de fotos de pessoas famosas que fizeram grandes asneiras e vai até o menu escrito numa espécie de portocês (ou francenhol). A casa foca em comida francesa- caso das tartines, como a de Tomates frescos, manjericão e parmesão (R$ 15,50), a de boursin e figo brulê (R$ 17,50) e a de mix de cogumelos gratinados (R$ 17,50)-, mas mistura brasilidades tais quais a gostosa porção de gordos pães de de queijo recheados com ragu de pernil (R$ 25,60).
Dos mesmos proprietários do bar Vaca Véia, também no Itaim, o La Maison Est Tombée foi aberto para ser um bar onde come-se bem e toma-se bons drinques -as grandes estrelas no setor alcóolico-, em menu criado por um dos melhores mixologistas do país, Márcio Silva, também o responsável pela carta do Sub Astor na época de sua inauguração.
Entre as especialidades da casa, ótimas gin tônicas – que descem feito suquinho neste calorão!- como o Mademoiselle Gin Tonic (Gin Hendricks, água tônica, bitter de limão siciliano, manjerição e pepino, R$ 25,90), o Abat-jour Gin Tonic (Tanqueray, água tônica, bitter de grapefruit, casca de limão siciliano, limão tahiti, canela em pau e anis estrelado, R$ 22,90) e, o meu preferido, Chéri Gin Tonic (Tanqueray, tônica, bitter Henry Tonic, casca de grapefruit, limão tahiti, morango, maçã verde e hortelã, R$ 22,90).
Além dos coquetéis clássicos, há releituras de brasileiros, como o Caju Ami (vodca Ketel One, suco de caju e compota de caju, R$ 22,90), a Gengimbre-rinha (Ketel One, xarope caseiro de gengibre, bitter de grapefruit, limão siciliano e limão tahiti, R$ 22,90) e o Caboclo (Cachaça, xarople de maple, bitter de chocolate e limão tahiti, R$ 22,90).
Para começar a comilança, ainda no clima “vamos dividir”, recomendo a lula a carbonara (R$ 34). Cortada em anéis finos, que adquirem uma crostinha morena pela passagem rápida na frigideira, é mergulhada em molho abundante de creme de leite e parmesão, finalizada com uma gema crua de ovo caipira e chips crocantes de presunto cru. Perfeito pra chuchar a baguete fatiada que acompanha a porção.
Se não estiver com tanta fome, o menu de sanduíches inclui croque monsieur (R$ 25), croque madame (R$ 26) e club sandwich de salmão (pão de forma, salmão gravlax, creme azedo, pepino, R$ 29). Caso queira fazer uma refeição, os pratos principais – poucos-, são servidos em cocottes de ferro. O meu Arroz Negro com frutos do mar e tomate (R$ 42) veio saboroso mas precisava de molho mais apurado. O estrogonofe de filé mignon sem catchup (R$ 48) – como reforça a descrição no menu- tinha filé mignon no ponto mas o uso excessivo de creme de leite mascarou o sabor da carne e todos os outros do molho. E a batata frita poderia ser mais crocante; tendo a achar que o tipo de batata usado, de textura arenosa, impede que o centro dela fique cremoso. Nada que não possa ser rapidamente consertado.
Os outros dois pedidos foram o Steak Tartare com salada (R$ 36), de tempero equilibrado e agradável, e o Mexidão A Casa Caiu, feito com arroz, pernil, ovos e tomate (R$ 36) que carecia de tempero. A sobremesa foi Pain Perdu (R$ 10)- pão francês frito com açúcar e canela, creme inglês e sorvete de baunilha- grande porém sem brilho.
No bom almoço, o cardápio oferece somente o esquema que se consagrou no carioca CT Boucherie: “escolha sua carne e seu molho e receba o rodízio de acompanhamentos”, que incluem batata frita, couscous com frutas secas, salada, farofas, legumes, entre outros. O preço varia conforme a proteína (coxa e sobrecoxa de frango, R$ 35, bem molhadinha e tenra; peixe do dia, R$ 36; salmão, R$ 38; filé mignon, R$ 40; entrecote, R$ 40, de ponto excelente; jarret de cordeito, R$ 40,80).
O único ponto realmente fraco é o serviço, ainda confuso, lento e muito desatento.
La Maison Est Tombée: Rua Jerônimo da Veiga, 358, Itaim Bibi, tel.: 3071-2926
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