São Paulo é apaixonante por ser vibrante, imensa, caótica, inquieta – e por guardar lugares deliciosos em cantos insuspeitos (quando digo “lugares” me refiro, sempre, aos que servem comida…). Uma excelente novidade, dessas que a gente quer contar para os amigos, fica numa pequena rua da região do Largo da Batata e atende pelo nome de Mica.
Dos mesmos proprietários do Pitico – e a poucas casas de distância ao lado -, o Mica se espreme em um imóvel estreito, com cozinha à vista e um comprido balcão, no qual se situam seus únicos 15 assentos. Não há mesas. Seu foco: bowls (as velhas e boas vasilhas) com porções de inspiração asiática.
Aberto das 12hs às 24hs, é perfeito para dar uma relaxada durante a tarde, tomar ótimos drinques (oras, por que não?!) autorais e comer uns quiabos grelhados na manteiga de missô (R$ 14). Aliás, ali a palavra grelhado é levada a sério: fatias de carne de porco e vegetais, sobre uma grelha aquecida por pedras, adquirem sensuais tostados.
O bar serve comida asiática – com pegada thai e vietnamita e acentos japoneses – simples, bem feita, repleta de sabores frescos, picantes e intensos, caso das almôndegas com pepino, manjericão e molho apimentado de tamarindo (R$ 14), dos dadinhos de moti (bolinhos de arroz) fritos, regados com molho de ostra e amendoim (R$ 14) e do macio bun vegetariano recheado com tempurá de legumes e maionese de curry (R$ 14).
Os menus do almoço executivo e do restante do dia são diferentes: o único momento em que o Mica oferece pratos é até às 15hs. Por R$ 29 come-se salada, principal e frutas. E come-se bem: o fried rice com porco na grelha e vinagrete de abacaxi equilibrava lindamente o untuoso, picante e ácido. Às terças, tem wok; quartas, assados; quintas, noodles; sextas, curries.
Não deixe de pedir os coquetéis autorais, ponto alto do local: delicados, alegres, refrescantes, criativos e a bom preço (R$ 20). Meus preferidos foram o Surya (gin, shisô, gengibre) e o Chicabô, feliz combinação de cachaça, abobrinha macerada e cardamomo.
Mantendo a qualidade da comida – absurdamente superior a do Pitico – entrará fácil na lista dos meus cantos favoritos.
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