Criado meio sem querer em 1919, em Florença, o Negroni nunca esteve tão na moda. No mundo todo.
De acordo com um dos maiores nomes da mixologia mundial, Gary Regan, no livro The Negroni: Drinking to La Dolce Vita, a mistura de três bebidas – gin, vermute tinto e bitter italiano – nasceu do pedido do Conde Camillo Negroni por um Americano (bitter italiano, vermute tinto e soda) mais fortão, com mais pegada. Então, o bartender desencanou da soda e colocou gin em seu lugar, finalizando com uma fatia de laranja para dar complexidade aromática. Parece que o Conde Negroni curtiu a novidade.
O coquetel alçou voos globais em 2011, quando a Campari traçou estratégias de marketing mais agressivas e começou a promover mundialmente o drinque (mesma época do estouro do Aperol Spritz, bebida também do portfólio do grupo Campari): estima-se que mais de 80% dos Negronis sejam preparados com Campari, restando pouco espaço para outros bitters italianos. Alguns anos depois, a companhia lançou o Negroni Week, evento que acontece em mais de 44 países.
Por aqui, o italiano potentão tornou-se objeto de culto entre foodies e “especialistas” em coquetelaria. É um tal de avaliar a espessura da fatia de laranja, o quão cristalina está a pedra de gelo, a sobreposição de aromas, as nuances de amargor… O fato: Negroni é assunto. Não à toa, São Paulo acaba de ganhar o Negroni Bar, especializado em… adivinha?!
A casa, localizada no agitado Baixo Pinheiros, oferece 11 variações do coquetel em carta modular: você pode optar pelo drinque com as bebidas pré selecionadas ou montar o seu como desejar, escolhendo gin, vermute tinto e bitter italiano de sua preferência.
Na composição básica – na qual entram Bombay Sapphire, Gordon’s, Tanqueray, Apostoles, Martini Rosso, Gran Torino Tinto, Martini Bitter ou Campari -, qualquer um sai por R$ 27. Para outras marcas, somam-se reais ao valor básico. Por exemplo: Tanqueray Ten ou Beefeater 24, + R$ 10; Gin Mare, Hendricks ou London N.1, + 25; Carpano Classico, +R$ 10; Antica Formula, + R$ 20.
Além do clássico, há criações do mixologista Marco De La Roche, que atuou como consultor. Marcante e de aromas pronunciados, o como o Roiboos leva infusão de chá e gin, bitter e vermute tinto. O Di Casa é montado com gin, vermute e bitter italiano e amaro; o Frescolino, com gin, bitter italiano, vermute tinto, grapefruit, Angostura e tônica.
Da “Família Negroni”, também a R$ 27/cada, encontra-se o Americano (bitter italiano, vermute tinto e água gaseificada), o Cardinali (gin, vermute seco e bitter italiano), Smoked (mezcal, bitter italiano e vermute tinto) e Kingston (rum envelhecido, bitter italiano e vermute tinto), entre outros.
Para que não curte Negroni e parentes, mas caiu de paraquedas por ali, há Manhattan, Bloody Mary, Gin Tônica, Caipirinha, Tom Collins e até vinhos.
Para comer, há algumas sugestões diárias de petiscos além da atração principal, a pizza, preparada no forno a lenha. De massa bem parecida com a da Carlos Pizza, são individuais (do tamanho das napolitanas) e custam entre R$ 28 e R$ 34. Entre os oito sabores, Diavola (calabresa picante, picles de cebola e pimenta biquinho), abobrinha com queijo de cabra e limão siciliano e 3 queijos.
Bar despretensioso, com salão pequeno e agradável e drinques bem feitos.
Comente
Seja bem-vindo, sua opinião é importante. Comentários ofensivos serão reprovados