ESTABELECIMENTO PERMANENTEMENTE FECHADO
São Paulo tem passado por uma nova gastroexplosão italiana. Nos últimos meses foram inaugurados o Modern Mamma Osteria, o Hospedaria, o Due e o Casa Ravioli – só para citar alguns. A paixão paulistana pela culinária da Itália não tem mesmo fim… Um dos estabelecimentos mais (já) bombados desta nova leva é o Peppino Bar, em funcionamento há um mês.
Dos mesmos sócios do Nino Cucina, o chef Rodolfo de Santis e o empresário Renato Calixto, o Peppino é um daqueles casos de sucesso instantâneo: abriu a porta, lotou. A espera por uma mesa pode chegar a duas horas, até durante a semana (sinceramente, não sei como tem gente que se sujeita a isso). Parte do burburinho deve-se ao bom relacionamento dos sócios com famosos/influenciadores/jovens endinheirados; a outra parte é efeito do bem feito trabalho de Rodolfo na cozinha e de Fabio La Pietra (ex-Sub Astor) no bar.
O menu vai bem além dos clássicos preguiçosos como carpaccio e bruschetta: fica evidente o cuidado na elaboração das receitas que tem, em sua grande maioria, resultados acima da média dos servidos nos bares da cidade. É o caso da crocante focaccia com alecrim, mortadela, tallegio, picles de cebola roxa e finas rodelas de batatas sob a massa (R$26) e do saboroso – até para ‘carnívoros paleolíticos’ – Tartar de beterraba com queijo de cabra e gema (R$ 26).
Dos meus petiscos preferidos na casa – e que já entrou pros meus prediletos na cidade – a língua bovina à milanesa vem em altos e tenros pedaços acompanhados por radicchio, mel, aceto e mostarda (R$ 24). Vale também dar fartas garfadas no suculento polpettone de porco com equilibrado molho ao sugo e tostadas (R$ 32).
La Pietra não dosou sua criatividade para a carta de coquetéis do Peppino: e isso é bom, porque quase sempre ela resulta em boas misturas. Na seção dos “autorais”, é ótima pedida o elegante Southern August, preparado com Jerez Tio Pepe fino, vermute seco, tomate seco, aromatização com bergamota e jasmim. Com início fresco e final defumado, o Gin-It &Peat traz Gin, Aperol, Grapefruit, cardamomo e a potência turfada do Laphroaig.
Entre as releituras, o Ramos Gin Fizz (bin beefeater, cítricos, xarope de flor de laranjeira, creme azedo, club soda) é divertido, leve e usa com sabedoria o toque lácteo, que não pesa no sabor e nem adensa demais o drinque. O Feather Duster Crusta (Calvados, cítricos, Maraschino, Peuchaud’s bitters, cristais de campari) equilibra belamente acidez, amargor e fundo levemente adocicado do maraschino.
Qualquer drinque custa R$ 29. A matemática para isso é sempre a de “o mais barato para o mais caro”, mas acho ótima política: mantém os valores em patamares razoáveis numa região em que, facilmente, se desembolsa R$ 40 por um coquetel mezza boca.
Há poucos dias, o bar passou a abrir para almoço, oferecendo menu reduzido. Há duas entradas e quatro principais que podem incluir pasta do dia (R$ 38), bife a cavalo (R$ 39) e galeto (R$ 39). Duvida que vai lotar?
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