Depois de cozinharem para 90 comensais, com convites à R$ 5 mil, no nomeado “jantar das gerações” ,que aconteceu na última segunda-feira no Grand Hyatt, 36 chefs franceses, que somam 20 estrelas Michelin foram, enfim, tirar um tempinho para comer. O restaurante escolhido (claro!) tem um chef francês: o Kaá, comandado por Pascal Valero.
O menu degustação escolhido por Valero parece ter agradado os experts. Afinal, a maioria dos pratos saíram vazios das três mesas ocupadas pelos 36 chefs e seus assistentes. De entrada, foi servido um surreal tartar de atum com creme de abacate e redução de beterraba. Os dois pratos principais foram a posta de robalo com espuma de champignon e uma costela bovina (desfiando!) cozida a vácuo com creme de castanha de caju e pupunha com farofa de limão. A sobremesa: uma matadora ganache de chocolate sobre biscoito crocante de chocolate, com coco fresco, banana brulée e creme de caju. Todo o banquete foi harmonizado com espumante, vinhos branco e tinto e os drinques do mixolólogo Marcelo Vasconcellos.
No final da refeição, eu e Monique Paoletti levamos o pâtissier Christophe Michalak, do hotel Plaza Athenée de Paris, para uma degustação de drinques no bar de Marcelo Vasconcellos. O chef gostou da combinação do martini que leva lichia, xarope de lichia, vodca Belvedera Pomaranza, água de rosas e bitter de laranja; e sugeriu que fosse testada a combinação de açúcar mascavo macerado com framboesas no fundo da taça. Também provou o martini de açaí, cachaça e jabuticaba – fruta que nunca havia experimentado “Achei a cor do drinque pouco sexy”, disse Michalak. Sobre o prato criado por ele para o Jantar das Gerações, as profiteroles versão 2009, o pâtissier explicou desenhando e comentou: “As mulheres que provaram disseram que é como um orgasmo”.
O simpático chef Stéphane Rimbault, do restaurante L’Oasis, de Cotê D’Azur, não vinha ao Brasil há 16 anos. Neste ano, convidado pelo amigo de infância, Laurent Suadeau, ele mostrou sua técnica ao cozinhar o capuccino trufado de vieiras e ostras ao champagne, também no Jantar das Gerações. O expert, que morou por nove anos no Japão, conta que adorou a mistura de frutas brasileiras com sakê – as sakeirinhas – e disse que a única questão que o impede de morar no Brasil é a segurança “Fui à casa do Laurent e, em frente, há dois seguranças com colete à prova de bala e mais dois portões para entrar. Eu gostaria de tudo aqui, mas isso é uma coisa que eu não consigo entender e me impede”.
Depois do café, Valero levou seus amigos para conhecer sua cozinha. Foi uma excursão! E eu fui junto, claro. Fiz até um videozinho. Os mais animados eram Troigrois e Gobet: não pararam de papear com os cozinheiros. Na saída, Paulo Barroso de Barros, todo cansado por ter ajudado a preparar o jantar, recepcionou seus visitantes- e eu entalei o salto do sapato no tapete antiderrapante. mico…
Hoje, parte dos chefs segue para o Rio de Janeiro onde jantarão no restaurante Olympe, de Claude Troisgros e emendarão com noitada em uma quadra de samba. A outra parte continua participando do evento Semana Mesa SP.
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