“Cozinha sazonal de insumos 100% orgânicos e artesanais. Única carta no Brasil especializada em naturebas: vinhos naturais, orgânicos e biodinâmicos de pequenos produtores. Restaurante, bar e loja de vinhos – somos de tudo um pouco. Com apenas 15 mesas, prezamos pela informalidade e pela sustentabilidade.”
É assim que Lis Cereja define a Enoteca Saint VinSaint, restaurante que comanda ao lado de seu marido, Ramatis Russo. Mas a Enoteca é muito mais do que um restaurante. É o resultado de 10 anos de dedicação, de paixão, de pesquisa. É a concretização de um modo de ver a vida no qual alimentos limpos são o cotidiano, não a exceção. Sou fã confessa de Lis e seu esforço incansável na divulgação de vinhos naturais e na destruição de mitos alimentares – tão fã que nos tornamos amigas. Sou fã do empenho em erguer um estabelecimento no qual TODOS os insumos são orgânicos e provenientes de pequenos produtores. Fã da postura ‘menos discurso e mais prática’.
A casa, até então, só abria para jantar (que, na minha opinião, tem um dos ambientes mais acolhedores e charmosos de São Paulo). Há alguns meses, passou a abrir também para brunch, aos sábados. E que brunch! Variado, bonito, cheiroso, bem cuidado, criativo. Daqueles que dá vontade de ter dois estômagos para comer o menu inteiro.
Como explica Lis, “os pães são de fermentação natural e longa, com base de trigos ancestrais como espelta e khorasan, além de fubá de milho crioulo, farinha de mandioca e ingredientes de reaproveitamento, como borras de café, cascas de banana, cascas de legumes. O vinagre natural de vinho fazemos como uma forma de reaproveitamento de fundos de garrafa. O malte orgânico é reaproveitado da fermentação natural de cervejas que nossos amigos produzem.
O leite de vaca orgânico vem fresquinho lá de Botucatu, toda manhã, e com ele a gente faz manteiga fermentada, coalhada e creme de leite fresco. Também usamos manteiga fermentada e derivados do leite de outros amigos que produzem. Os ovos vem da galinhas de nosso quintal, assim como as verduras, ervas, folhas. Tudo da horta. Os outros insumos de hortifruti chegam de pequenos produtores ao redor da cidade ou então de coleta de xepa de feira orgânica, devolução de grandes redes, excedente de safras e legumes e frutas fora do padrão”.
Comece com a cesta de pães e manteiga fermentada (R$ 16) e um café espresso (R$ 6) ou coado (R$ 6). Emende no aromático leite de vaca com cúrcuma, mel e gengibre (R$ 12) e na porção de pães de queijo de tapioca com pesto de taioba (R$ 13).
Agora já dá pra pedir taça de sidra, de espumante natural de jabuticaba (R$ 15) ou de alguns dos vinhos selecionados (entre R$ 10 e R$15). Rola também cerveja de fermentação espontânea (R$ 8, copo) e coquetel do dia com destilado artesanal brasileiro (R$ 29).
No brunch, comi um dos melhores tostex de queijo da vida: delicado e amanteigado queijo artesanal paulista derretidíssimo entre duas fatias de levemente adocicado pão de milho crioulo com casquinha dourada e crocante (R$ 29) … Vixemaria.
Para quem tem fome de almoço, o menu oferece pratos mais substanciosos como a frigideira de ovos caipiras em molho de tomate com ora-pro-nóbis e major gomes (R$ 25), os cogumelos grelhados, assados e lactofermentados com pasta de berinjela defumada (R$ 35), o nhoque de batata doce com pesto de taioba e almeirão roxo desidratado (R$ 35) e quibe suíno com malte de cerveja, tahine e limão (R$35).
Mas reserve pelo menos um pouco de apetite para os belos doces do balcão. Pode ter bolo cremoso de fubá com ricota da casa, pannacotta de lírio do brejo, pudim de tapioca com telha de caramelo, bolo de espelta com pera e cookie de chocolate, entre outros.
Um brunch para ir de táxi, comer bem, beber feliz e curtir sem pressa.
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