São Paulo tem poucos restaurantes franceses – e ao longo dos últimos anos, tem perdido alguns. Os sobreviventes todos se tornaram clássicos da cidade, como o La Casserole, o Ici Bistrô, o Marcel e o Chef Rouge. Este último vem fazendo consecutivos esforços para manter-se atual, acompanhando a evolução da cozinha francesa, sem perder o bem fincado pé na tradição. O mais recente passo nessa direção foi a contratação do Ducasse Conseil, braço de consultoria do chef Alain Ducasse. Tremendo acerto.
O cardápio, criado em parceria com a consultoria (as receitas, contudo, são idealizadas no Brasil) traz opções vibrantes e que não recaem na obviedade, caso da salada de quinoa em duas texturas – a cozida e a crocantíssima ‘pipocada’ – com cebola roxa, abóbora e pecorino, finalizada com delicado molho de mel e gengibre (R$ 48). Já se tornou dos meus pratos favoritos no Chef Rouge.
Também nova, a entrada composta por beterraba em três texturas (R$ 55) eleva o ingrediente ao seu melhor: ali estão dulçor, acidez, cremosidade, beleza. A presença do dulçor também é fundamental nas deliciosas vieiras canadenses cruas acompanhas por vinagrete de romã e salada verde (R$ 75).
Alguns dos pratos principais clássicos da casa permanecem e seguem sendo preparados com maestria, caso da gorda Cavaquinha grelhada com arroz de camembert e compota de damasco (R$ 135). Entre as novidades, o cremoso e potente Risoto de cevada com aspargos e cogumelos morilles (R$ 110) provavelmente será meu pedido todas as vezes …
Não saia do Chef Rouge sem comer a melhor tarte tartin deste lado do Equador (R$ 36, servida com sorvete de creme). Também dê-se o prazer de devorar a levíssima éclair de tamanho gigante (R$ 49), feita para ser compartilhada entre duas ou três pessoas.
Como nota-se pelos preços, não é um restaurante barato, nem de dia-a-dia. Mas é um restaurante que entrega o que cobra. Pra mim, isso é bom custo-benefício.
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