Há anos alguns amigos me perguntam: “você já foi ao Chou?”. Minha resposta até um mês era “não, nunca”. Sei lá a razão, mas o fato é que o tempo passou e eu não fui. Tremendo erro. Não sabia o que estava perdendo.
Nos fundos de uma casinha em Pinheiros abre-se um delicioso pátio arborizado, no qual mesas são dispostas bem afastadas entre si, preservando a privacidade do cliente. A área coberta por vidro é agradável em qualquer época do ano– e nas noites de chuva fica ainda mais gostosa, com o barulhinho das gotas no teto. O negócio é ir ao Chou sem pressa. Jantar longamente (só abre a noite), tomar vinho, conversar, rir e comer muito, muitas coisas diferentes. Muitas delas saída da parrilla à moda uruguaia, especialidade da chef Gabriela Barretto.
Ali não existem porções grandes. A idéia é mesmo uma refeição calma, no qual os sabores simples e vibrantes de ingredientes frescos e selecionados são partilhados com prazer e tranquilidade. Comecei pelas cebolas assadas com creme fresco (R$ 15), que de tão tenras pareciam a mais maravilhosa sopa de cebola. Emendei em algo que poderia passar a noite toda comendo, uma tigela após a outra: abóbora cabochan assada, super cremosa e servida fria, com gergelim negro e coentro, acompanhada de queijo cremoso (R$ 15), salada morna de trigo com cogumelos shitake, amêndoas e queijo de cabra (R$ 19) e pasta de berinjelas queimadas com tomatinhos cereja e manjericão (R$ 14).
Animada e com duas taças de vinho nas veias, fiquei ainda com mais fome. Pedi um miolo de contrafilé argentino com alho assado (R$ 48), vermelho por dentro e com aquela camadinha crocante por fora, e meia porção de costeletas de porco com tomilho limão (R$ 30), que soltavam do osso. Para acompanhar, uma delícia de risoni cremoso com hortelã e pecans (R$ 11).
Daí, o menu de sobremesa.
A tentação virou gula, que virou amor: um pedação de torta de coco e limão macia e cheia de fios crocantes, servida com uma dose generosa e fresca de laban, iogurte típico do Líbano (R$ 15) e o arroz doce mais tentador dos últimos tempos. Sério, coisa linda. Um copão com arroz doce mega cremoso com raspas de laranja e laranja e, por cima, uma colheradaça de doce de leite uruguaio (R$ 16).
Eu saí feliz de lá. E, por isso, voltarei muitas vezes.
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