Dois anos de reformas no imóvel no qual funcionou o mítico bar Pandoro. R$ 10 milhões investidos. Três salões imensos, quatro sommeliers, carta de vinho de dez páginas, cardápio com mais de cinquenta pratos, um chef na cozinha e mais dois chefs-consultores. Tudo no Girarrosto é superlativo. Ou quase tudo.
Inaugurado há pouco mais de um mês, a casa é uma das mais comentadas em São Paulo. Menos pelo feedback de quem já passou por lá – nem tanta gente assim visto que tivemos o Carnaval no meio deste período- e mais por tudo o que envolveu a abertura do restaurante no qual o chef Paulo Barros (Italy) é um dos sócios: saída de Barros da sociedade do Due Cuochi, a grana investida, por ter trazido o chef Ivo Lopes de sua antiga casa para a nova, etc e tal. O resultado do trabalho é um salão quase cheio (porque para lotar os 1200 metros quadrados não vai ser fácil) no almoço de uma quarta-feira, fila de carros no valet e uma comida… mediana. Ok. Correta e por vezes aquém do esperado, como no caso da porchetta (já vou falar disso).
O couvert, simplíssimo, é composto de bom pão caseiro, azeite de oliva aromatizado com alho e uma garrafa de água da casa, com ou sem gás (R$ 9,80). Não existe uma seção de entradas propriamente dita, mas sim opções de antepastos que incluem saladas, Sottolio (conservas de produção própria, R$ 41, que remeteu muito ao Italy; só faltou o carrinho no meio do salão) e cone de lulas fritas e limão siciliano (R$ 23).
Fiquei bem interessada nas bruschettas e pizzetas feitas no forno à lenha, mas elas só saem depois das 17hs. Então fui direto ao principal. São 14 opções de pastas frescas , 17 de recheadas, 7 de grano duro, 4 ao forno e 4 carnes: taí um menu extenso. Mas só quatro opções de carnes no girarrosto, o espeto giratório que dá nome ao empreendimento? Estranhei… Porchetta (R$ 45), paleta de cordeiro (R$ 54), frango de leite (R$ 39) ecodorna recheada com legumes (R$ 41), todos acompanhados de batatas rústicas e mini legumes assados. Então lá fui eu provar a especialidade da casa e pedi porchetta. O que chegou pra mim foi um pequeno pedaço com capa imensa de gordura e pouquíssima carne. Decepcionante, ainda mais pra mim que devoro as deliciosas porchettas preparadas por Eliane André, na Casa da Li, pelo menos uma vez por mês.
Pedimos também o Ravioli de maçã e shimeji com fonduta de gorgonzola (R$ 39) – de massa delicada cozida no ponto e queijo não sobrepujando o sabor adocicado da maçã, mas o gosto do cogumelo desapareceu – e Risoto negro com lulas empanadas e fritas e crocantes de abobrinha (R$ 42)- o arroz, no limite do sal, trazia boas e gorda lulas de fritura perfeita.
Entre as 14 opções de sobremesas optamos por torta de amêndoas e figo com redução de Porto (R$ 18) e petit gateau de doce de leite (que tinha consitência de bolinha Ana Maria) com sorvete de baunilha (R$ 18).
Uma refeição ruim? Não. Memorável? Tampouco. Apenas olvidável.
Girarrosto: Av. Cidade Jardim, 56, Jardim Europa, tel.: 3062-6000
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