Aberto há poucos meses, o Kouzina, dos mesmos donos do também grego MYK, vive lotado. Com filas de espera de mais uma hora. Passava pela frente e minha vontade de ficar ali passava comigo.
Demorei a ir. Confesso certa má vontade com a casa por ter vivido uma situação desagradável há cerca de dois anos, perto da abertura do MYK: na minha terceira visita, postei no Instagram foto de um prato caríssimo e minúsculo dizendo que achava ultrajante o valor e que nunca havia comigo bem no restaurante. Bastou para os amigos dos proprietários (descobri isso depois de uma rápida checada no facebook dos cidadãos) me ofenderem com comentários toscos e xingamentos. Acho isso baixíssimo, para dizer o mínimo…
Mas meu profissionalismo falou mais alto que meu bode e, semana passada, finalmente fui ao Kouzina. Ainda bem: ao contrário da casa-mãe, a comida ali é deliciosa e os preços, bem sensatos. Ah, sim enfrentei espera. Então se você não quer se estressar, vá fora do horário de pico das refeições. Aproveite que a casa abre ao meio dia e permanece aberta até meia noite.
O menu do Kouzina é grande: são 67 pratos, incluindo sobremesas. Um bom tour pela cozinha grega. Vale muito ir em duas ou três pessoas e compartilhar todos os pedidos, visto que as porções são fartas.
Comece com os kalamakis, espetinhos, de cordeiro (R$ 46), carne bovina (R$ 22), frango (R$ 18) e porco (R$ 17), com as lulas fritas (R$ 21) ou com o campeão de vendas da casa, as finas fatias de berinjela empanadas e fritas (R$ 24).
As saladas são – coisa rara! – tratadas com a mesma atenção que os pratos quentes. São cinco sugestões, todas fartíssimas (servem tranquilamente duas pessoas), preparadas com bons ingredientes e molhos. As mais interessantes são a Kouzina (folhas verdes, maçã, pistache, damasco picado, bacon e queijo manouri, R$ 28) e a de Grãos (trigo, feijão fradinho, lentilha, feijão branco, tomate e endro, R$ 26).
Ao preço fixo de R$ 18, os drinques se tornam uma pedida bem bacana. Por esse valor bebe-se Negroni, Aperol Spritz, Margarita, Gin Tônica e Dry Martini, entre outros.
Falando de culinária grega é impossível não falar em berinjela. Ela figura no petisco comentado acima, na tradicional Moussaka (R$ 34), na ótima e bem temperada Papoutsakia (berinjela inteira assada, com o miolo retirado e misturado a ragu de carne com batata e molho bechamel, R$ 38) e no Espaguete mediterrâneo feito com massa de grão de bico, acompanhado por abobrinha, berinjela e tomate (R$ 29).
Para carnívoros, o Bifteki – chamado pelos garçons de hambúrguer grego, parece muito mais um polpettone devido seu formato circular e altura – leva carnes de porco e cordeiro e vem acompanhado por tzatziki (molho de iogurte temperado com pepino), cebolas roxas fatiadas e tomates (R$ 22). Entre os acompanhamentos, peça a excelente abóbora assada com (muito) pinole tostadinho e rúcula (R$ 19) e arroz com espinafre (R$ 16).
Finalizei a refeição com o delicioso Galaktoboureko (R$ 24), creme de semolina adoçado no ponto perfeito e envolto por massa phyllo crocante Há também arroz doce (R$ 14) e Torta de chocolate e café (R$ 20).
P.s.: alguns leitores reclamaram da casa servir vinhos apenas em taças de alumínio (segundo eles, passa o sabor pra bebida), sem nenhuma opção de troca por uma de vidro. Outro ponto foi a distância minúscula entre as mesas, fato que obriga os garçons, algumas vezes, a servirem os pratos pela janela da rua…
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