A Rua Mário Ferraz, não é de hoje, tornou-se um corredor gastronômico daqueles que dão um nó no trânsito aos finais de semana: L’Entrecôte do Oliver, Ruella, Corrientes 348, The Gourmet Tea, Feed, Colher de Pau, P.J.Clark’s. O mais novo endereço a engrossar essa lista é o Méz, que abre com menu de restaurante e clima de bar.
Os sócios pensaram no empreendimento após passar uma temporada no Meatpacking District, em Nova York, região que se transformou em uma das hypes, caras e badaladas de Manhattan. E o Méz nasce com esse mesmo DNA: une jovens bonitos e endinheirados, ampla carta de coquetéis, som ambiente que vai aumentando de volume à medida que a noite cai e boa cozinha, majoritariamente de pratos mediterrâneos, comandada pelo chef Luis Rodrigo Roma.
Mesmo estando no Itaim, os preços do Méz não são altos. Pode-se comer polenta frita com salsa verde, de entrada, a R$ 22, e Steak Tartare com fritas rústica, como prato principal, a R$ 42. Nada fora da média da região.
Por falar em entradas e porções para compartilhar, vá nos suculentos anéis de lula à provençal (R$ 32), que trazem o toque cítrico do limão siciliano no ponto perfeito e são acompanhados por – infelizmente – massuda focaccia com excesso de alecrim. Outro acerto são os bem temperados polpettine, feitos com mistura de carnes de vaca e porco, gratinados com mussarela e umedecidos por molho rústico de tomate (R$ 28). Pelo que vi nas mesas ao lado, a burrata com pesto e torradas (R$ 36) sai mais do que pão quente.
A coquetelaria é um ponto forte do Méz. Com bar sob o comando de Adriana Pino (ex-Brown Sugar), as quase 40 opções de drinques incluem clássicos (Margarita, R$ 24; Cosmopolitan, R$ 24; Old Fashioned, R$ 27), área dedicada especialmente ao venerado Negroni (o Daring leva Gin Tanqueray, Punt e Mes, Campari e Aperol; o Elegant, Gin Tanqueray, Antica Formula, espumante e Amarena, R$ 29) e criações equilibradas e bem executadas, caso do refrescante Botanic (vodca Ketel One, manjericão, sucos de lima e limão e espuma de jambu, R$22).
Entre os principais, Rigatoni com camarões (R$ 46), Fraldinha e legumes tostados (R$ 58), Bombom de alcatra com Parma, mil folhas de batatas e cogumelos frescos (R$ 58). Única opção vegetariana, a lasanha de abobrinha vem com (pouco) molho vermelho, (excesso de) molho branco, pedaços de tomate e leve gratinado com parmesão (R$ 39): é agradável, mas seria muito melhor com menos molho, mais vegetais e delicadeza.
Ao ponto, cremoso, o risoto de cordeiro ganha pedaços de cogumelos salteados e cebolas caramelizadas (R$ 49). A outra sugestão de risoto traz brie, aspargos e crocante de parma (R$ 46).
As sobremesas, poucas e óbvias, demonstram certo descaso pela doçaria: ainda não é comum encontrar casas que mantenham o padrão dos pratos salgados na área doce… A mais pedida é uma gororoba, açucarada até não poder mais, composta por petit gateau baixo e compacto soterrado por sorvete de paçoca (R$ 25) e que mais parece o aterrador Grand Gateau do Paris 6. Melhor deixar pra lá.
Durante a semana, o menu executivo de almoço custa R$ 45.
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