“Comida funcional” não é um termo que eu use ou goste. Afinal, tudo o que comemos funciona para algo – certas coisas, inclusive, para nos deixar doentes -, por isso não vejo sentido em batizar de tal maneira ingredientes mais naturais e tecnicamente saudáveis. Prefiro dizer “comida limpa”, no sentido mais amplo: produzida de maneira a ter o menor impacto possível no meio ambiente, a valorizar quem planta e fazer bem para quem consome. O que importa é termos noção de que somos o reflexo direto do que ingerimos e de que é bem sensato incluirmos certos itens em nossa dieta, em bases diárias, enquanto outros devem ser esquecidos…
Posto isso, o quase-novo Nambu (aberto há cinco meses) foca em servir comida limpa, com predileção por uso de insumos orgânicos e – importantíssimo – resultados bem saborosos. Ponto a favor também o salão agradável e belamente decorado.
O pequeno e bem resolvido menu teve consultoria do chef Renato Caleffi, do Le Manjue Organique. Uma de suas marcas, a biomassa de banana verde está presente no delicioso biscoitinho do couvert, que também traz bem feita caponata, pão sem glúten e antepastos que variam diariamente (R$ 7,50).
Comece a refeição com os quentinhos e macios “chapatis” (espécie de pão chato indiano, feito na frigideira ou chapa), que na versão do Nambu perdem a farinha de trigo e ganham mandioquinha, polvilho e azeite (R$ 15,20). Para colocar em cima, caponata.
Os pratos principais são apenas cinco, fixos, e uma opção diária do chef, que pode trazer arroz vermelho cremoso com carne seca, funghi e saladinha ou cassoulet de cogumelos (a preços entre R$ 45 e R$ 58), entre outros.
Antes de torcer o nariz perante a descrição “estrogonofe vegano”, coloque o preconceito um pouco de lado: comida boa não precisa ter carne, não senhor. O molho preparado com leite de amêndoas, cogumelos paris frescos, tomate, cebola e páprica envolve gordos pedaços de shiitake. Acompanha arroz de castanha do Pará e salada de couve crua (R$ 43,50).
Meu favorito, o Arroz Goiano (R$ 39,50), leva cubos tenros de filé de frango orgânico, arroz integral, banana da terra, ervilha, castanha de caju, tomatinhos e delicadas fatias do aromático e cheio de personalidade pequi. Ele não mata nenhum dos sabores. Ao contrário, faz tudo ficar melhor.
Entre as sobremesas, a tortinha crua vegana (R$ 18) é bem da delícia, tem a quantidade exata de açúcar e zero tranqueira. A massa de tâmaras com farinha de amêndoas é recheada com cremes que mudam diariamente; torça para ser o de abacate com cacau.
O Nambu abre, direto, do almoço ao jantar. Durante a tarde serve tapiocas, ovos mexidos, docinhos, cafés, chás e sucos.
Comente
Seja bem-vindo, sua opinião é importante. Comentários ofensivos serão reprovados