Gabriel: de semi-balada a restaurante de verdade

O Gabriel era um híbrido de restaurante e balada: luz baixa, cardápio moderninho-com-pegada-asiática-e-pitada-fusion-food, público (misto de jovenzinhos e senhores com grana) conversando em pé com seus drinques nas mãos, músicas saídas diretamente das pistas tocando em volume acima do razoável. E bombava– fila de espera era algo normal. Mas mesmo assim os proprietários não estavam satisfeitos; não era isso que tinham em mente. Então, a chegada do restaurateur Jeremias Pereira na sociedade, e do jovem Thiago Koch na cozinha, resolveu a questão: hoje, o Gabriel é um restaurante. Um bom restaurante.

Thiago, ex-Le Vin, tem apenas 25 anos mas manda muito bem em seu menu de pegada francesa com algumas passagens pela Itália. O capricho pode ser visto desde o couvert: um delicioso pão feito na casa, que vem à mesa quente, crocante, acompanhado de boa manteiga e pastinha de tomate. Como é bom morder um pão fresco e bem feito, não? Pena que é tão raro encontrar isso nos restaurantes hoje em dia. Entre as entradas, dois ótimos pedidos: canapés de tartare de salmão e steak tartare (R$ 26) e Polvo à provençal (R$ 25). A carne do steak, fresquíssima, tinha tempero equilibrado, levemente apimentado. e vinha sobre ftias beeeem fininhas de torrada de pão integral– o que deu leveza. Agora, o polvo… Um dos mais bem preparados que comi ultimamente: gordinho, maciíssimo, tenro, salteado com azeite e um toque de farinha de pão, ganhou uma casquinha dourada, crocante, na qual o alho aderiu deliciosamente.

Já bem impressionada, eis que chegam os pratos principais, que pedi depois de ficar bem em dúvida entre eles, o Capeletti de brie com creme de presunto cru (R$ 40) e o Escalope de vitela com creme de champignon e purê de mandioquinha (R$ 45): Arroz de pato com linguiça portuguesa (R$ 45) e Ossobuco de vitela com risoto parmegiana (R$ 48). Porções fartas, preparo cuidadoso e dois elogios que precisam ser feitos:

1) um dos risotos mais bem executados que comi em São Paulo; no ponto (nada daquele arroz mole, melequento, que a maioria dos restaurantes servem), sem excesso de queijo ou manteiga, encorpado, saboroso;

2) ponto da carne. DESFIANDO. O ossobuco fica no forno por mais de seis horas e chegou  para mim simplesmente delicioso, tanto no sabor quanto na consistência.

De sobremesa, uma ótima mousse de maracujá com calda da fruta que, no cardápio, estava definida como cheesecake… O doce-chefe da casa, que ainda não comi, é um “hambúguer” de macarron de chocoalte, ganache de chocoalte, morangos laminados, hortelã e chantilly (R$ 19).

Ah, outra coisa: os drinques estão sendo muito bem preparados. Adorei o Apple White Lady (R$ 18), que leva Gin, Cointreau, licor de maçã verde, purê de maçã verde e suco de limão taiti.

Gabriel:  Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 1424, tel: 3063-5400

 

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