Plant Made: comida fresca, colorida, bem temperada, criativa e vegana

Hommus de beterraba defumada com crackers de grãos e mini legumes: das delícias do Plant Made SP

Sabe aquele papo – ainda tão comum – de que comida sem bicho não tem gosto de nada? Está bem equivocado, minha gente… Bem equivocado, antiquado e tolo. Grande exemplo disso é o menu do novo Plant Made SP.

Meu prato favorito no Plant Made SP: Harusame de feijão verde com molho cremoso de castanha de caju, pimenta do reino, purê de azeitonas verdes e folhas amargas

Filial brasileira da rede do chef vegano americano Matthew Kenney, o Plant Made SP  inaugurou há poucos meses numa área outrora bacana de Higienópolis porém, atualmente, caída: a Praça Villaboim. Mesmo rodeado de imóveis fechados e endereços decadentes, a casa vive cheia e, não raro, com filas de espera. A razão para isso é simples: a comida é excelente (como abrem do café da manhã ao jantar, sem paradas, a boa é ir fora dos horários do pico).

Polenta com pesto de kale (R$ 42): polenta, de textura granulosa mais parecida com um mingau e fraca em condimentos, vem em quantidade excessiva e torna-se enjoativa

Abundância de texturas, temperos bem utilizados, excelentes pastas e cremes vegetais, sobremesas deliciosas, bom pão de fermentação natural. O Plant Made não é um restaurante para veganos – é um restaurante para todos que curtem boa comida.

Mac’n’cheese traz rigatoni envolto por creme avelulado de castanhas, cogumelos grelhados e pangratatto de tofu defumado (R$ 42)

Tive que me esforçar bastante para não repetir, em todas as minhas visitas, o Harusame (macarrão de origem japonesa) de feijão verde com molho cremoso de castanha de caju, pimenta do reino, purê de azeitonas verdes e folhas amargas (R$ 44). Puts, coisa boa! Tem tudo: acidez, picância, sedosidade, crocância, frescor.

Lasanha Raw (R$ 42): torre de lâminas de abobrinha entremeadas com pasta de macadâmia, molho marinara, pesto de castanha-do-pará e rodelas de tomate

Um dos best sellers do local é a Lasanha Raw (R$ 42). No olhar, me pareceu meio sem graça: torre de lâminas de abobrinha entremeadas com pasta de macadâmia, molho marinara, pesto de castanha-do-pará e rodelas de tomate. Mas meu olhar errou… Ponto de sal e cremosidade do queijo vegetal é impecável, assim como o tempero do pesto e do espesso marinara.

Salão do piso inferior do Plant Made SP

O Mac’n’cheese traz rigatoni envolto por creme avelulado de castanhas, cogumelos grelhados e pangratatto de tofu defumado (R$ 42). Saboroso, contudo peca na inconstância da variedade e quantidade de cogumelos. Outro prato que deixa um pouco a desejar é a polenta com pesto de kale (R$ 42). A polenta, de textura granulosa mais parecida com mingau, é fraca em condimentos e vem em quantidade excessiva, o que a torna enjoativa, mesmo com a ajuda dos cogumelos e cenouras baby.

Bagel Lox: no lugar do salmão, cenouras curadas

Além do Harusame, me fez bem feliz também o hommus de beterraba defumada servido com crackers de grãos e belos mini legumes (R$ 35). Daqueles pratos viciantes, que dá vontade de levar pra casa (aliás, pode-se comprar o cracker no balcão).

Entre os sanduíches há Bagel Lox, ideia interessante que provei este ano também em Belgrado: no lugar no salmão curado (lox), cenoura em fatias médias, que trazem a mesma nota agridoce, acompanhadas por picles de cebola roxa, cream cheese de castanhas, alcaparras e endro, servidos no bagel (R$ 36). O Reuben une ‘pastrami’ de beterraba, queijo de castanhas, molho russo e chucrute (R$ 36).

O indecentemente gostoso bolo de chocolate com creme vegano de chocolate do Plant Made SP

Para terminar a refeição com amor no coração, dê uma olhada na vitrine de doces e torça para ter os cookies de chocolate e de pasta de amendoim e o insano bolo de chocolate entremeado por creme de chocolate.

Desejo longa vida – e muita constância! – ao Plant Made SP (e que jamais tirem o harusame do menu).

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