Aberto há dois anos e meio pelo chef baiano Rafael Sessenta – em sociedade com sua sobrinha, Lai Galvão, e seu filho, Rafa Spencer -, o Sotero está mais cosmopolita e versátil. Sessenta e Lai saíram da sociedade e, hoje, quem comanda a casa é Rafael, que já começou a modernizar o restaurante (sem abandonar as raízes da cozinha tradicional) com a inclusão de novas receitas e idealização de um projeto a quatro mão com seu amigo, o chef italiano Rodolfo de Santis (ex- Domenico). Antes desse divertido projeto, falemos do menu fixo.
Com cardápio mais enxuto, mas mesmo assim grande, o Sotero oferece uma gama bem saborosa de petiscos e entradas que, junto com as excelentes caipirinhas da casa, fazem feliz qualquer cliente. Comece pela minha amada Casquinha de siri com farofa e vinagrete (R$ 18): a maneira certa de comer, pra usufruir da plenitude da belezinha, é virar a casquinha de barro no prato e começar a garfada pela farofa crocante, passando pela carne úmida e chegando no vinagrete fresco.
Outra coisa sensa(cional): o Pãozinho delícia. Também conhecido como pão de festa, essa receita baiana que leva na massa – estranhamente mas com sucesso – leite condensado, farinha de trigo, fermento biológico e leite, vem recheada com polvo (R$ 12), camarão (R$ 12), carne seca (R$ 12) ou carne de sol (R$ 12). Fofura, dulçor equilibrado com sal… Adoro.
Para parear, peça alguma das ótimas caipirinhas da casa, fartas em fruta (R$ 18, com cachaça). Gostei bem da de manga com limão e da de maracujá com pimenta. Já que chamou o garçom, mande trazer também a porção de 4 mini acarajés (R$ 12): o ponto de cozimento e a qualidade dos camarões é linda de se ver. Não curte? Tem também Pastel de siri (R$ 12, 2 unidades) ou de rabada (R$ 12, 2 unidades), caldinho de sururu (R$ 12) e porção de Bolinho de fumeiro (R$ 16, 4 unidades). Ah, sim: fumeiro é a carne de porco salgada e beeem defumada, com sabor notas que lembram o bom e velho fumo de corda.
O prato principal que me conquistou foi o Camarão do chef com arroz cremoso (R$ 48): grandes e tenros camarões empanados com farinha de camarão seco, de amendoim e de castanha do pará (além de cerveja), escoltados por arroz sedoso feito com com creme de leite e manteiga de garrafa. Sério, esse ‘panko’ baiano é um negócio! Quem quiser mais opções do mar, as moquecas são – desde a inauguração – uma das estrelas da casa. Tem de camarão e peixe (R$ 69), de bacalhau (R$ 72), de peixe e polvo (R$ 70) ou vegetariana (R$ 65). Apesar dos pratos serem individuais, todos são tão bem servidos que rola dividir pra duas pessoas, especialmente após alguns petiscos…
Feita no sous-vide – método no qual embala-se o ingrediente à vácuo e cozinha-se por longos períodos, em temperatura controlada- o pedação de carne de sol, servida com pirão de leite um tiquinho denso demais (R$ 44), vem à mesa tenro, macio e coberto por cebola roxa refogada. Há também Galinhada (R$ 38), Sarapatel (R$ 40) e Maniçoba com arroz (R$ 38). O melhor negócio é ir num grupo de amigos, pedir vários pratos e pagar com Visa: porque, lembre-se que se você for cliente Visa Infinite ou Visa Platinum, pode reservar gratuitamente sua mesa no Sotero – e em mais 450 restaurantes – pelo Grubster e ter 30% de desconto na conta total.
Para adoçar, o manjar de coco com calda de ameixa (R$ 10) apresentou com excesso de gelatina, mas a receita já está sendo mudada. A sobremesa mais vendida é a punheta – bolinho frito de massa de tapioca – com baba de moça (R$ 15)
Agora, o projeto de Rafael e Rodolfo: à partir de julho, os chefs servem pratos que fundem as culinárias baiana e italiana. A ideia é trazer massas, por exemplo, feitas com dendê ou acompanhas por ingredientes nordestinos. Alguns pratos já confirmados: Linguine com frutos do mar e leite de coco; Raviolone de costela com purê de cenoura; Gnocchi com camarões flambados, tomate cereja, rúcula e gengibre; Purê de feijão branco com ragu de rabada. Estou curiosa.
Sotero: Rua Barão de Tatuí, 272, Santa Cecília, São Paulo, tel.: 3666-3066
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