ATUALIZADO EM 12/2018: o chef Christos Archestratos já não trabalha mais na casa
Se fico entediada quando vejo outra hamburgueria, temakeria ou pizzaria pseudonapolitana ser inaugurada – São Paulo já está transbordando de todos eles – , fico animada ao encontrar um restaurante de culinária pouco conhecida pelos paulistano abrir as portas. Conexão com o diferente, contato com outras culturas, comida boa com novas gamas de sabores: é isso que precisamos. É isso que o mundo precisa, visto que comida é uma tremenda conexão cultural.
Os Jardins ganhou outro restaurante grego, o Taverna Santorini. A casa possui tanto proprietários quanto chef gregos. Natural de Creta, Christos Archestratos tem domínio no uso de especiarias como poucas vezes vi. E que riqueza isso traz!
Mas, ao contrário dos vizinhos Myk e Kouzina, não espere do Taverna Santorini arquitetura descolada e garçons hispters. Ali o salão é simples – cruzamento de restaurante de praia com agência de turismo especializada em pacotes para a Grécia – e o menu, amplo, com diversos pratos do dia-a-dia do país. O trunfo, e que trunfo, está na comida ricamente condimentada, repleta de nuances trazidas pelas especiarias.
Exemplo disso é o Pastitsio (R$ 37). Espécie de escondidinho grego, é preparado com camada de macarrão tubular – como bucatini ou penne – , camada de carne moída refogada molho de tomate e especiarias (ah, o toque de canela!) e camada final de bechamel grosso que, se peca na técnica, se garante no sabor.
Já dos meus pratos favoritos por lá, a Spanakópita trata-se de torta folhada recheada com espinafre, queijo feta e muitas especiarias (R$42). O feta, aliás, é personagem constante e aparece também nos viciantes Tyrokeftedes, bolinhos fritos de massa de batata e recheados o queijo (R$29). Para contrabalancear o salgado do lácteo, são finalizados com fio de mel.
Para começar a refeição, peça porção de pão pita feito na casa (R$ 6) e delicioso Tzatziki, preparado com iogurte grego, pepino, sal, vinagre, fartura de alho e azeite (R$ 17). O iogurte usado no Taverna Santorini é preparado três vezes por semana pelo chef, o que resulta em consistência sedosa e sabor belamente ácido.
Bom dizer: tenha paciência por que a cozinha pode demorar a soltar os pedidos…
O churrasco grego – ou gyros -, a receita mais conhecido pelos brasileiros, é uma das estrelas do menu. Servido no prato, o gyros misto bovino e suíno ou de frangosai R$ 31 e vem acompanhado por pita, fritas, salada e tzatziki; enrolado no pita, sai R$ 23; vegetariano (legumes fatiados, tomate, cebola, batatas fritas e tzatziki), R$ 20.
A decepção: Gemistá. A receita – que traz tomate e pimentão assados e recheados com arroz com com uvas passas, pinoles e castanha de cajú, acompanhados por batatas assadas e iogurte (R$36) – tinha ausência total de sal nos vegetais, o que deixou tudo com sabor de nada.
Há ainda Mpifteki Gemistó (almôndegas de carne recheadas com queijo, preparadas no grill, R$35), Paidakia (costeletas de cordeiro grelhadas, R$ 72), Moussaká (R$ 40) e seção dedicada a peixes e frutos do mar – da qual ainda não provei nada – que inclui polvo vinagrete (R$ 69), Manjubas fritas (R$ 33) e camarões ao forno com molho de tomates e três queijos (Garides Saganaki, R$ 51).
Finalize com a ‘parruda’ Baklava. Também repleta de especiarias – ah, o cravo…, ah, o cardamomo… – é preparada com castanha de caju, nozes, avelãs e calda de açúcar. Outra boa opção é o bolo de semolina embebido em calda de açúcar e finalizado com fartura de iogurte temperado com limão, raspas de limão e um tico de pimenta.
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