Me dá uma tremenda alegria estar vivendo pra ver o crescimento do número de restaurantes focados no universo vegetal: a diminuição no consumo de ingredientes derivados de animais é uma necessidade global, tanto pelo impacto na saúde humana quanto pelo uso avassalador de recursos naturais em sua produção. Me dá mais alegria ainda ver o crescimento gastronômico deles: qualquer pessoa, carnívora ou não, come muitíssimo bem neles.
Entre os mais favoritos está o carioca Teva que, para minha felicidade, inaugurou sua filial paulistana neste ano.
O Teva, instalado em Pinheiros, mantém a alma da matriz: comida bem temperadíssima, saborosa, linda, repleta de texturas, criativa. Ótimos drinques, ambiente agradável. Sou fã confessa.
O menu executivo custa R$ 58 e inclui caldo (o de feijão é excelente) ou salada, principal e sobremesa do dia (torça para ter a mousse de chocolate: a consistência cremosa e aerada sem o uso de leite e o sabor intenso de cacau são dignos de aplausos). Entre as opções de prato estão crepe de farinha de grão de bico recheado com vegetais da estação, cogumelos e creme de castanha; pad thai (com equilíbrio entre dulçor, acidez e picância); lasanha de vegetais com ricota de tofu, tomate seco, espinafre, mussarela de castanha de caju e pesto; risoto de tomate cereja, tomate seco alho poró, milho e creme de castanha. Não quer nada disso? O menu fixo também está disponível no almoço.
Uma das estrelas da casa também faz o maior sucesso no Rio: dupla de bolinhos de baião-de-dois empanados com Panko, recheados com tofu defumado e acompanhados por maionese vegana de Lambão, molho a base de pimentas, tomate, coentro e limão (R$ 30). Bem com cara de comida de bar, os tacos são dos meus pratos favoritos: jaca verde desfiada e refogada (úmida e cheia de sabor) com barbecue, milho e pimentão ao molho picante, salsa de palmito pupunha e tomate e, para finalizar, coentro (R$ 32, duas unidades).
Outro que me surpreendeu pacas: o tofu. Confesso que eu tinha preconceito com tofu: achava esponjoso, insosso e sem graça. Só é assim com cozinheiro ruim… Esse aqui, suculento, vem banhado em encorpado molho agridoce de pimenta Gochujang e acompanhado por creme de edamame e hortelã (R$ 46). Perfeito para compartilhar, assim como o resto do menu.
Entre os meus pedidos constantes está o sanduba de cogumelão Portobello e abacaxi grelhados, kale, cebola caramelizada e maionese caipira, envolvidos num puta pão delícia (R$ 44).
As sobremesas também são fartas: se não tiver com quem dividir, aconselho pedir a menor de todas, o sorvete de baunilha ou canela com calda de chocolate morna e sedosa e praliné de nozes (R$ 16). Tá com vontade de se acabar no doce? Então vá no bolo toffee quente com maçã caramelizada, caramelo de coco e sorvete de canela (R$ 32) ou na releitura de Tiramisú, montada com bolo cremoso de amêndoa, “mascarpone”de castanha de caju, licor de amêndoa, café e ganache de chocolate (R$ 32).
Se você ainda acha que comida vegana é sem graça e vegano é triste e pálido, olha… está precisando rever seus conceitos. Urgentemente.
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