Catchup: como é possível produzir sem corante, conservante e espessante, mantendo o sabor e consistência?

Há cerca de dois meses, a Heinz decidiu colocar a lista de ingredientes de seu catchup na parte da frente da embalagem para mostrar ser possível não usar nenhum tipo de corante, espessante ou conservante na produção. O fato deste catchup levar apenas seis ingredientes naturais – tomate, açúcar, vinagre, sal, cebola e aroma natural – deixou muita gente curiosa e ressabiada. Curiosa para saber como isso é possível; ressabiada por duvidar se é mesmo verdade, já que 90% dos catchups do mercado levam benzoato de sódio, sorbato de potássio, amido modificado, etc.

Para entender o processo de produção e tirar dúvidas (o que é aroma natural, afinal?), fui para Morrinhos, em Goiás, visitar algumas fazendas que produzem desde a semente – desenvolvida por hibridismo (está explicado no vídeo que sementes híbridas não são sementes transgênicas!) pela Heinz nos EUA – até o tomate.

A fábrica, por mais curiosidade que eu tenha, não foi possível… Em todas as grandes empresas, é prática comum restringir o acesso as partes fabris para garantir as boas práticas de fabricação e confidencialidade de maquinário. Contudo, passei o dia entrevistando o Mestre Tomateiro da Heinz no Brasil, Luis Gustavo Pasin. Minha primeira pergunta: “o que é um mestre tomateiro?”. O título de Mestre Tomateiro foi criado pela Heinz e é concedido a profissionais que se formam em um curso, ministrado nos EUA, voltado para a especialização no fruto, desde a semente, passando pelo mix de variedades necessárias para dar a cor e sabor característicos do produto, até a data certa da colheita (o que garante consistência).

Nos vídeos abaixo você terá respostas para as questões mais frequentes que surgiram sobre o catchup da Heinz.

Depois desse tour, uma coisa ficou bem clara pra mim: na indústria alimentícia, a tecnologia pode ser uma grande aliada do consumidor, tornando desnecessária a presença de substâncias ‘misteriosas’ e ‘ desconhecidas’ para a maioria. Quanto mais lermos rótulos, mais poder de escolha teremos.