Há tempos a Tasca da Esquina é meu português favorito em São Paulo, como já escrevi em outro post. Comida portuguesa criativa, bem feita, autoral, que sai do trio “bacalhau- azeite em tudo-ovos moles”. Agora o chef Vitor Sobral também é o responsável por um dos bares favoritos, o novo Taberna da Esquina.
Em sociedade com Érica Maierá e Edrey Momo, Vitor instalou sua Taberna no Itaim, num imóvel agradável, claro, com decoração predominantemente branca e confortáveis cadeiras (essenciais num bar!).
Ali, a atração principal são as ótimas porções, que trazem para a cidade o lado mais informal e gregário da culinária lusitana. Tipo de comida que estimula a conversa, o compartilhamento, o salutar “enfiar o garfo do prato alheio”.
Divididas em três seções – da lata, do chef e da grelha -, o menu de porções conta com gordas e saborosas sardinhas portuguesas grelhadas servidas com pão e salsa fresca (R$ 19), posta de atum, creme de berinjela assada, manjericão e tomates (R$ 24), lulas de coentrada (R$ 37) e risoles de bacalhau e camarão (R$ 24, 4 unidades).
Simples, criado à partir de ingredientes considerados banais por muitos e com resultado impecável, as alheiras são escoltadas por quiabos, ambos grelhados, e picles de cenoura tão delicado no corte quanto na acidez (R$ 19,50). Até quem torce o nariz para o legume vai se render a ele.
Mais potente e bem azeitado, o bacalhau albardado trata-se de pedaço macio de peixe empanado e frito, acompanhado por creme de coco e tomate (R$ 29). A carta de vinhos, totalmente portuguesa, disponibiliza rótulos entre R$ 90 e R$ 350.
Os pratos substanciosos também aparecem no menu, apesar de não achar tão originais e/ou divertidos quanto as já citadas porções. Os 300 gramas lombo de bacalhau grelhado (R$ 92) dão direito a um acompanhamento tal como batata doce assada ou feijão verde com amêndoas. O cordeiro grelhado, para duas pessoas, sai a R$ 136.
Entre as sobremesas, vá direto no pudim de azeite e mel (R$ 18): cremoso porém firme, coberto por calda de azeite e laranja, é coroado por azeitonas pretas dessalgadas e levemente adocicadas. Dá um nó no cérebro por conseguir utilizar com maestria numa criação doce ingredientes nada associados a elas, especialmente para nós brasileiros.
Sucesso entre os clientes, a Baba de camelo (R$ 16) é bem ajustada ao paladar nacional excessivamente açucarado: leite condensado cozido, clara em neve, creme de leite batido e amêndoas torradas e picadas. Nada sutil, está mais para bomba de glicose.
Durante a semana, no almoço, o executivo do mar (entrada, prato e sobremesa) custa R$ 58; o da terra, R$ 52. Os pratos servidos mudam diariamente.
Só fuja do café, queimado e amargo.
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