Tem quibe, mas não só de carne. Tem esfiha, mas também muito mais que isso. O Balila me agradou tanto por sair da velha fórmula charuto-de-folha-de-uva-com-coalhada que vemos nos restaurantes árabes/libaneses de São Paulo. Ele oferece todos os itens tão amados pelos paulistanos mas seu menu possui faceta mais moderna – atendendo muito bem vegetarianos, aliás- com variações de clássicos muito bem feitas e, importantíssimo, gostosas.
De acordo com os sócios, a proposta da casa é trazer a comida libanesa consumida atualmente nas casas e nas ruas do país. O que se vê são receitas mais criativas, menos uso de carne vermelha e composições mais leves como o delicioso manouche de frango com sumac feito do forno (R$ 16,90). Vamos por partes: manouche é um sanduíche enrolado em pão pita feito na casa; no forno porque outras opções saem do saj, chapa metálica convexa tradicional na cozinha libanesa.
Este em específico é composto de frango desfiado besuntado no sumac (tempero muito usado no Oriente Médio, com sabor azedo/ácido meio parecido com o de limão), camada generosa de gostoso homus e tomates picados que dão crocância-delícia. Há versões de forno de Espinafre (R$ 17,50), Rosbife com tomate (R$ 17,90) e de Kafta (R$ 20,20); no saj, adorei o Manouche no Saj de zaatar com queijo (R$ 17,80) e labneh e zaatar (coalhada seca com tomate, pepino, azeitonas e hortelã; R$ 16,80).
Bom dizer, o pão do manouche – assim como o pita, o folha e o torrado – é feito na padaria do restaurante e sempre me foi servido fresco e quente. Para acompanhar, peça o aromático H0mus com endro (R$ 15,90) ou o trio de pastas com babaganouch (otimo, sabor do queimado da casca da berinjela), coalhada e homus tradicional (R$ 16,90).
Me senti especialmente atraída pelo menu de quibes. Além do tradicional frito de carne (R$ 4,90), prove o de abóbora com trigo, espinafre e grão de bico (R$ 4,80), o de peixe (R$ 5,90) e, o meu preferido, de arroz com trigo, recheado de queijo (R$ 4,20). Crocante, leve, bem temperado, fritura linda e recheio de queijo levemente temperado. Bem feitos também o Quibe michui de coalhada seca (grelhado), acompanhado por batatas fritas com casca e fatouche (R$ 23,80) e o Quibe michui de abobrinha e pimentão (R$ 23,80).
Entre as sobremesas, rolou uma paixão pelo atayef (espécie de panquequinha doce recheada) de catupiry com calda morna de goiabada (R$ 8,90): pode não ser lá muito libanês, mas taí uma “fusion food” que curti! Mais tradicional é a versão feita com nozes (R$ 7,90).
Foi no Balila que comi um dos melhores malabies da cidade: sedoso e de dulçor equilibrado (de damasco ou nozes, R$ 8,50).
A casa tem salão grande, decoração bem humorada (preste atenção nos quadros com frases), preços atraentes e bom movimento de almoço – fica numa área empresarial de Pinheiros, com razoável trânsito de pessoas. No jantar, pelas mesmas razões, ainda patina. Uma grande vantagem do Balila é não fechar entre almoço e jantar: quem já não procurou algum lugar legal pra comer às 16hs e… nada? Bom, taí um.
Balila: Rua Maria Carolina, 674 , Pinheiros, tel.: (11) 3097-0802
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