Não suporto cheiro de bacon tostando às 10 da matina e tenho arrepios de aflição ao ver alguém mandar pra dentro um prataço de linguiça antes das 15hs. No meu café da manhã, gosto mesmo é de pães de vários tipos, fresquinhos, queijo branco, café forte com pouco leite, geléias e ovo mexido. Nada de frutas, mas iogurte com granola vai bem. Mas já que estava em Denver para o Great American Beer Festival, resolvi me jogar também no café-da-manhã americano.
Minhas refeições matinais variaram de hambúrguer com chili verde à ovos beneditinos— tudo super bom pra digestão e bem levinho.
O primeiro lugar que fui– e adorei– foi o Colt and Gray. Chique, lindo, gostosa área externa, fica no bairro mais bacana de Denver, à beira de um parque cinematográfico. O forte lá é o brunch de domingo, à la carte, que inclui tábuas de queijos e embutidos italianos até pratos como o Foie Gras com geléia de maçã, acompanhado por brioche de uvas passas (US$12). Fiquei no básico porque tinha bebido o dia anterior todo e não estava com o estômago muito bom. Pedi ovos mexidos (US$ 5), trio de pães caseiros (US$ 6) e café. Até falei que também queria as panquecas de limão com ricota acompanhadas por geléia de amora (US$ 10) mas o garçom me avisou que eu sairia rolando. Desisti. Os ovos com gruyére estavam ótimos, assim como os muffins (não pães…) de abobrinha com canela, mirtilo e aveia: macios, altos, úmidos. Estava achando os EUA a minha cara.
Durou pouco.
Dia seguinte, faminta, fui ao Delectable Egg por recomendação do porteiro do hotel. Tradicionalzaço, tinha fila na porta às 8hs. Assim que peguei o menu, percebi que seria suruba gastronômica: mais de 20 tipos de preparação de ovos, burritos, sandubas. Amo ovo, então, ok. Fui de ovos beneditinos com presunto, acompanhados por batatas douradas (US$ 8,50). Gigantesco. Apocalíptico. Imenso. Os dois ovos, com gema beeem mole (adoro!), vieram em cima de uma fatia de 10 cm de presunto, ambos sobre uma torrada dos Flinstones. Para terminar, molho à base de creme de leite e cheddar. OPA! Comi apenas os ovos e um pedaço do presunto– muito bons, por sinal. Na mesa ao lado, um cidadão caía de boca numa tortilla recheadas de frango grelhado, três ovos mexidos com queijo e green chiles, cobertos por abacate, molho chipotle e sour cream (US$ 8). A namorado desse mocinho se lambuzava com um waffle que alimentaria uma família de 10 pessoas, entupido de mapple e morango fatiado (US$ 7,50). Ok… preferi me retirar antes de começar a dissertar sobre a obesidade na América.
No terceiro dia, o garçom do bar da noite anterior disse que adorava ir ao Steuben’s para curar a ressaca. Segundo ele, o melhor hambúrguer de Denver. O lugar é um dinner típico, mas com decoração ligeiramente mais moderna e bem da bonita. O cardápio é enxuto, com foco nos ditos hambúrgueres e outros lances. 11hs: já dava para comer um carnão. Fiquei em dúvida entre o Monte Cristo (fatias de presunto frito, peru e queijo suíço, US$ 8) e o Green chili burger (hambúrguer com pimenta mexicana verde adocicada e cheddar, US$ 8). Fiquei com o último em dupla com as fritas da casa (US$ 3). Outros acompanhamentos me interessaram, principalmente o milho frito (US$ 3) e os feijões verdes apimentados (US$ 3), mas estava sozinha e não iria conseguir dar conta de tudo. As fritas finíssimas, sequinhas, super crocantes combinaram imensamente com o hamburguer vermelhinho. Gostei.
No quarto dia, por recomendação do meu bom senso, tomei uma lata de 650 ml de chá verde sem açúcar. E só.
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