Minha profissão é maravilhosa, não nego: como muito bem (nem sempre, mas ok…); viajo para lugares sensacionais; entrevisto chefs, cervejeiros, sommeliers e produtores que admiro; aprendo constantemente. Porém, um pequeno problema ocupacional é quase inevitável: se bobear, perco as calças.
Engordar já é um fator complicador para quem gosta de comer informalmente, imagina para quem trabalha com isso. Apesar de me controlar, ao longo dos últimos seis anos adquiri indesejáveis 7 quilos de excesso de bagagem – e sempre, sempre, tento me livrar deles. Foi isso que me levou ao Kurotel – mas quando saí de lá, notei que esses quilos eram apenas reflexo dos meus erros alimentares cotidianos, das bobeiras que faço sem pensar e que se não tivesse sido alertada, poderiam comprometer minha saúde.
O Kurotel pode ter ‘spa’ no nome, mas é bem mais que isso. É uma das melhores e mais completas clínicas médicas do país, com equipe de dezenas de competentes profissionais, de diversas áreas, que dão suporte total ao hóspede. É um hotel cinco estrelas. É um restaurante melhor do que muitos que visito. Não à toa foi eleito o melhor spa do mundo, no ano passado, pelo Seven Star Global Luxury Awards.
Assim que cheguei (ele fica em Gramado, no Rio Grande do Sul), tirei sangue para um check up completo. Passei por nutricionista, psicólogo, dermatologista, fisioterapeuta, osteopata, clínico geral. Com base na compilação de todas essas consultas e resultados, foi criado um plano alimentar e de cuidados para minhas necessidades específicas. No caso, desestressar e perder peso.
A dieta designada foi de 1000 calorias/dia, o que pode parecer pouco mas é suficiente, visto a qualidade da cozinha de lá. Que comida saborosa, bem feita, fresca! A cada dia recebia um menu para escolher minhas refeições do dia seguinte, o que incluía opções como salmão selvagem com molho de limão, frango grelhado com ervas, quinoa com legumes e coulis de pimentão assado, salada de folhas orgânicas com pera e gorgonzola – nada de comida insossa, parecida com a de hospital, comum em vários spas por aí.
E por ser um local que leva muito à sério o que faz, não tem essa palhaçada de servir refrigerante diet nem deixar montanhas de gelatinas diet à disposição: adoçantes artificiais são um horror para a saúde e só deveriam ser usados por diabéticos. Em todos os cantos do spa encontra-se, isso sim, chás e infusões naturais, quentes e frias.
O dia lá passa rápido. Caminhada, aulas de dança e pilates (quem não quiser pode malhar na academia bem equipadíssima), lanche entre as refeições, almoços de três etapas (sempre há entrada, prato principal e sobremesa), partida de tênis, banho de piscina, massagens, banhos, sauna… Putsa vidão.
Já conhecia o Kurotel mas nunca havia passado tantos dias. Fiquei bem, bem impressionada. Impressionada pela competência e cuidado da equipe médica, pelo sabor e criatividade da comida, pela absurda qualidade dos produtos de beleza da linha desenvolvida para eles (sem parabenos e outros químicos nocivos à saúde). Pela infraestrutura. E ainda fica a um quilômetro à pé do centro de Gramado, o que é ótimo para uns passeios, e bem perto do belo Lago Negro.
Saí de lá com os resultados de uma batelada de exames, orientações bem específicas quanto a minha saúde e um programa nutricional desenvolvido para meus horários de refeições e estilo de vida. O que descobri depois dessa semana lá? Que mesmo trabalhando com gastronomia dá, sim, para emagrecer. Basta informação e um tiquinho de esforço. Como quase tudo que vale a pena na vida…
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