Museu da Cerveja: em Petrópolis, o mais completo espaço brasileiro sobre a bebida

Detalhe do que seria uma antiga esteira na linha de produção da Bohemia

Cerveja sempre foi paixão neste país, mas de cinco anos para cá o mercado brasileiro teve um boom, muito por conta das microcervejarias (e da qualidade de seus produtos) e dos fãs da bebida que se tornaram ainda mais fervorosos. Quem gosta de cerveja, de verdade, não gosta só de entornar: isso é coisa de adolescente e de bébado. Quem curte, mesmo, quer também aprender o que está em seu copo, por que fica muito mais gostoso saborear um rótulo tendo noção de como foi produzido, das etapas do processo, da dificuldade em obter aquele líquido. Do seu valor.

Figura de um frei em mosaico, reprodução da que havia numa antiga praça em Petrópolis; linha do tempo da cerveja, telões sensíveis ao toque que contam a história da bebida no Brasil; eu provando malte de aveia

Cerveja, assim como vinho, é cultura. É complexo, variado, criativo e até um pouco mágico. Mas cadê as informações para quem é curioso? Tá, tem a internet, mas até então não existia um lugar físico no qual qualquer pessoa pudesse ir e aprender a história desde milhares de anos antes de Cristo (sim, bebe-se cerveja, ou algo parecido, há muuuuuito tempo!), o processo de fabricação, a participação de cada ingrediente na receita. Que pudesse ver, de verdade, como a água, o malte, o lúpulo e as leveduras se transformam na principal paixão líquida nacional.

Não tinha. Inaugurado em maio deste ano, em Petrópolis, o Museu da Cerveja foi idealizado e construído pela Bohemia, em sua antiga fábrica, inteiramente restaurada – até colocaram uma linha de produção em ação (lenta, para todos poderem acompanhar) para os visitantes verem o envase e a colagem de rótulos nas garrafas.

A Bohemia é da AMBEV, uma gigante multinacional. Mas nem por isso deixaram de destacar marcos importantes da história cervejeira no Brasil como o nascimento da Colorado, por exemplo. Ótimo sinal, de respeito. O mais interessante sobre o Museu é ele ser completamente interativo – desde você guiar a si mesmo através de toques nos telões para ter explicações detalhadas dos estilos (Ale, Lager, Lambic) e de cada tipo de cerveja no mundo (a biblioteca está em constante aprimoramento) até comer malte de aveia, cevada e trigo para sacar a diferença no paladar .

Cerveja no Egito, parte da explicação da história de bebida; barricas de bronze nas quais eram realmente feitas as Bohemias

A área que mais me agradou foi a dos ingredientes, que demonstra didatica e visualmente o papel de cada um no processo. Depois dela, os visitantes conhecem as etapas frias e quentes, inclusive a pasteurização, e terminam numa pequena e agradável degustação de Bohemia.

Para quem quiser mais, é só dar um pulo no bar que fica do lado de fora, pedir chopes Bohemia (de R$ 5 a R$ 10) e petiscos simples como Mix de salsichas e linguiças (R$ 15), Croquete suíço (R$ 4, cada, feito de carne), Cesta de pães (alho poró, feito com Bohemia Pilsen, australiano, ciabata, feito com Bohemia Weiss escura, alho; R$ 15) e Linguiça calabresa caracol (R$ 20).

Calabresa, cestas de pães feitos com cerveja e croquete de carne: petiscos para acompanhar as Bohemias no bar do Museu

O restaurante, com cardápio elaborado pela chef Ana Soares, será inaugurado mês que vem, numa grande área com vista para a cidade no último andar da cervejaria.

Bom ver empresas investindo em informação – isso só torna o consumidor melhor. Imagina se tivéssemos um Museu da Gastronomia Brasileira, um Museu dos Queijos, um Museu dos Destilados… Visitaria todos. Com toda a certeza.

Sala do Mestre Cervejeiro, que reúne objetos usados pelos diversos mestres da Bohemia ao longo do tempo

Museu da Cerveja: Entrada Iinteira: R$ 19,50; Meia entrada: R$ 9,50 (válido para estudantes e maiores de 60 anos); Menores de 18 anos não pagam e só entram se acompanhados pelos pais- e não podem beber, claro!

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