Freddy: o mais antigo (e clássico) francês de São Paulo

O couvert tradicionalíssimo; o enfeita de mesa com o prato monografado

Móveis de madeira escura, longas toalhas brancas sobre as mesas, imenso lustre de cristal no meio do salão. Couvert com manteiga em formato de bolinhas, palitinhos de cenoura, azeitonas, pepinos e mini pão francês (R$ 16). Garçons experientes equilibram três, quatro bandejas sobre os antrebraços. O longo menu não é alterado há mais de duas décadas, o chef mantém-se à frente da cozinha há 50 anos e os clientes pedem os mesmos pratos que comiam nos almoços com seus avós. Mais clássico, impossível. Este é o Freddy.

Em uma cidade como São Paulo, na qual a maioria dos restaurantes costumam ter vida brevíssima, não é todo dia que se vê uma casa inaugurada em 1935 sobreviver, mesmo tendo mudado tanto de endereço (da Conselheiro Crispiniano, onde nasceu em 1935, para Santana; em 1954 se transferiu para o Itaim, na praça Dom Gastão Liberal; depois, foi para a Pedroso Alvarenga, onde está hoje) e de dono (de seu fundador, Freddy, passou para o francês Jacques Legoff que o vendeu para a atual proprietária, Priscilla Simonsen Biancalana). Para quem costuma frequentar lugares mais modernos, o salão pode parecer careta, o serviço soar um pouco estranho e o menu, caro (alguns pratos individuais de camarão chegam a custar R$ 120), mas o Freddy não é só comida, é história também.

Filé Chateaubriand ao molho béarnaise com fritas: um dos mais pedidos

Um dos pratos que mais curto é estrogonofe (R$ 59). Um dos meus preferidos na cidade. Encorpado, cremosão, saboroso: nada de catchup, flambado no conhaque, acompanhado de sensacionais batatas palha feitas na casa. Tudo servido direto na mesa, num estilo bem old school: os garçons trazem as travessam de inox cheinhas e, com a ajuda de duas colheres, vão enchendo o prato dos comensais. A porção é gigante, por isso aconselho pedir uma para duas pessoas.

O meu estrogonofe predileto em São Paulo 🙂

Outra belezona é o Steak de Avestruz com pimentas verdes e batatas gratinadas (R$ 79). A carne vem vermelhinha por dentro e crocante por fora, crostinha adquirida na finalização, quando o cozinheiro joga por diversas vezes óleo quente sobre ela. Macia, suculenta, é coberta por uma farta camada de poivre vert. Seguindo o mesmo estilo “exterior crocante”, o filé à Chateubriand do Freddy é um mega clássico. Pedaços altíssimos de carne, ideais para carnívoros convictos, como eu. Entre as opções estão o com molho béarnaise (R$ 71), o com Roquefort (R$ 61) e o Périgourdin (molho madeira, champignons e patê de fígado). Todos acompanha batata frita, palha ou arroz.

Salão do Freddy: classicão

Quem prefere peixe e frutos do mar vai curtir o haddock cozido no leite e servido com manteiga queimada e arroz (R$ 123) e, claro, a sempre famosa Lagosta Thermidor (R$ 151).

Para sobremesa, Marjolaine, bolo gelado com nozes, chocolate, chantilly e amêndoas servido com calda quente de chocolate (R$ 31) e crepe de maçã caramelada (R$ 31).

Torta gelada de chocolate, amêndoas e chantilly; crepes de maçã caramelada

Freddy: Rua Pedroso Alvarenga, 1170, Itaim Bibi, São Paulo

Comente

Seja bem-vindo, sua opinião é importante. Comentários ofensivos serão reprovados