Bangcoc é uma cidade interessante e caótica: trânsito infernal com tuk tuks – lambretas adptadas numa espécie de carroça para transporte de passageiros- na contra-mão; taxistas que se negam a usar o taxímetro; quilômetros de engarrafamentos nas vias principais e secundárias; ausência quase completa de faixa de pedestres; imensos elevados com outdoors e anúncios mais imensos ainda, provocando a sensação de ter entrado no filme Blade Runner; congestionamento de barcos no rio que a corta, o Chao Phraya; poluída; barulhenta; constantemente quente. Sendo assim, pra mim, é importante PACAS- PACAS em caixa alta – ter um hotel confortável, geladinho e bem localizado pra voltar. Porque, olha, curto muito explorar o local que estou mas sou super adepta do conforto (nunca acampei, nem na adolescência).
Então, voltando ao assunto do hotel: o Shangri-lá foi um éden de serviço perfeito. Localizado a beira do Chao Phraya, algumas centenas de quartos tem vista bem legal da cidade, além de serem amplos, confortáveis e… geladinhos! Adoro essa parte. Além disso, fica ao lado de estações de skytrain (trens rápidos que cortam Bangcoc e possuem acesso direto a dezenas de shoppings centers) e de barcos; tem um spa de matar de bom; um belíssimo restaurante tailandês (Salathip) além de cinco outros; academia 24 horas; café-da-manhã daqueles de enfartar qualquer cidadão de alegria. Caso queira ainda mais mordomia, os andares Horizons Club oferecem lounge exclusivo- com bebidas e comidinhas- e translados gratuitos para vários pontos da cidade. Dito isso, o que comer em Bangcoc?
Ao contrário do Brasil, as praças de alimentação de shoppings centers são uma ótima para provar a real comida do país, a consumida no cotidiano dos moradores, a preços tão baixos quanto os da rua. As razões são várias: a limpeza é muito mais garantida, o interior dos prédios é um alento contra o calor constante do exterior e tem links diretos com as estações de sky train (o que torna o acesso facílimo). Alguns shoppings são de pirar qualquer viajante a procura das especialidades locais, exemplo do Siam Paragon, que possui uma das melhores e mais variadas áreas de alimentação de Bangcoc, além de mercado gourmet com temperos, frutas, verduras, sucos naturais, grãos, cosméticos naturais e mais milhões de itens que trouxe comigo na mala. Dá para passar o dia inteiro por lá, sem dúvida. Eu passei.
Prove a deliciosa linguiça típica do norte da Tailândia, feita com carne e barriga de porco, curry vermelho, galangal, folhas de limão kafir, capim limão e cebola; os mochis (ou motis, doces bem comuns no Japão, feitos de arroz glutinoso) gelados de durião, lichia, longan; os diversos tipos de noodles, especialmente ensopados, riquíssimo em temperos; as bebidas à base de grass jelly, planta da família da menta; as delicadas cestinhas feitas de tapioca e leite de coco, recheadas com ingredientes como gingko biloba; as iguarias de chá verde como bolos, waffles, bebidas com café, massa de tortas salgadas. E isso é só 5% do que tem na organizada, limpa e tentadora área de alimentação do Siam Paragon.
Outros shoppings com ótima comida: Terminal 21, Centralworld e MBK. Daí você se pergunta: e os mercados famosos mercados flutuantes? E comida de rua? Mercado flutuantes: pega-turista. Se puder, evite. Comida de rua: há boas coisas em Chinatown (sempre vá no vendedor com mais gente porque é sinônimo de ser mais limpo e delicioso) e espalhadas pela cidade, mas você vai notar que muita coisa é bem, digamos, duvidosa… Por isso indicações confiáveis são fundamentais.
Meus amigos Dana e Roni, do site firstbite.tv – casal jovem que abandonou seus empregões no Vale do Silício e hoje viaja pelo mundo, especialmente pela Ásia, atrás das melhores comidas e histórias- me deram ótimas dicas: khao moo daeng (arroz com porco assado em seu molho) perto da Universidade de Chulalongkorn; khao kai op (frango frito com alho e molho agridoce) em Si Samorn Lert Rot; Mae Waree, perto da estação de Thonglo tem ótimo mango sticky rice; noodles de porco e ovos na saída para Ekamai 19.
Agora, uma dica que não tem nada a ver com gastronomia mas tem muito a ver com sentir-se bem: faça massagens por lá. Há milhares de lugares, em todos os cantos, quase como temos salões de beleza no Brasil. É parte do cotidiano e da cultura tailandesa. Fiz umas dez e nenhuma foi ruim. Massagem tailandesa é forte, relaxante, revigorante. Como disse um taxista, é fácil descobrir quais locais fazem a massagem tailandesa com sacanagem e quais são “the real thing”: é só olhar o uniforme das massagistas. Se for em tons claros e fechado, vá em frente. Se for curto e sexy, só vá em frente se quiser final feliz.
A melhor de todas, sem dúvida, foi dentro do lindíssimo tempo Wat Pho, que possui a mais renomada escola de massagem do país. Durante sua visita, reserve uma hora e míseros R$ 30 reais para ter a experiência real da nuat paen boran, a verdadeira terapia tailandesa. É de sair levitando. E, no meu caso, com fome.
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